Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Letícia Lopes da |
Orientador(a): |
Natansohn, Leonor Graciela |
Banca de defesa: |
Ribeiro, José Carlos Santos,
Amaral, Adriana da Rosa |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Comunicação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24366
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Resumo: |
A partir de um conjunto de canais do YouTube produzidos por mulheres que abordam em seus vídeos temas relacionados aos cabelos crespos e cacheados, esta pesquisa tem como objetivo analisar como a apropriação dessa plataforma audiovisual on-line contribui para a difusão, a visibilidade e a performance dessas YouTubers. Assim, considerando o cabelo crespo e cacheado enquanto um objeto simbólico relacionado aos marcadores de raça e gênero, acreditamos que essas mulheres contribuem para a ressignificação deste universo invisibilizado pelo alisamento e pelo pouco espaço de representatividade que elas ocupam nas mídias tradicionais. Notamos, portanto, que as possibilidades oferecidas pelos hibridismos da cibercultura à formação de grupos dispersos e de baixo custo permitiram que essas YouTubers “crespas” e “cacheadas” criassem esse espaço de fala entrecruzado dos seus canais. Dessa forma, como orientação de pesquisa, buscamos responder a pergunta: de que maneira as YouTubers conformam uma vivência “crespa” e “cacheada” atravessada por conflitos de gênero e raça e como esse processo reflete outras relações de construção de si no âmbito da cibercultura? Como metodologia de investigação, tomamos a concepção dos modos de endereçamento (Elizabeth ELLSWORTH, 2001) para buscarmos indícios das escolhas onde essas YouTubers dão a ver sua tentativa de diálogo com o atual contexto ideológico e político acerca do cabelo. Como chaves de leitura, nos propomos olhar especialmente para elementos das performances (Paula SIBILIA, 2015; 2016) e apropriações (Suzana MORALES, 2009) dessas ferramentas sociotécnicas (tanto do YouTube quanto da produção e linguagem audiovisual). Para operacionalizar tais conceitos, criamos quatro categorias de análise - o espaço visível; as formas de enunciação de si; a significação; as guias e recortes ou apropriação do objeto – a partir das quais observamos uma amostra intencional de 22 vídeos. Percebemos, ao final da pesquisa, que as YouTubers "crespas" e "cacheadas" constituem uma vivência cuja subjetividade se constitui nas telas. O contexto midiatizado em que se inserem faz com que demonstrem uma notável familiaridade com o YouTube e o audiovisual, em um processo recursivo. Além disso, percebemos que há um esforço em constituir vínculos, sejam eles em relação umas às outras, ao público ou mesmo aos próprios vídeos dos canais, criando comunidades e reforçando as suas similaridades. A redescoberta dos cabelos crespos e cacheados é um marco em suas vidas e, para além de algo a ser 'controlado', ele é apontado por elas como um elemento a ser redescoberto e externado. Assim, o cabelo é o ponto em comum que motiva suas vivências, o que gera algumas tensões uma vez que os atravessamentos de gênero e raça não são minimizados ou colocados de lado em suas discussões. |