Análise de custo-efetividade da teleconsulta realizada pelo enfermeiro na recuperação cirúrgica de idosos submetidos à facectomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, Tallita Mello Delphino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25233
Resumo: Introdução: A cirurgia de catarata tem sido cada vez mais frequente, principalmente devido ao aumento da população idosa. Com isso, torna-se necessário a utilização de tecnologias para o monitoramento de pacientes em pós-operatório de cirurgia de catarata e detecção precoce e eficiente de complicações que, por sua vez, aumentam os custos hospitalares. Dentre as tecnologias, destaca-se a Teleconsulta, regulamentada pela Resolução COFEN de nº 634/2020. Objetivo: Realizar uma análise de custo-efetividade do modelo assistencial, utilizando a tecnologia da teleconsulta realizada pelo enfermeiro a idosos submetidos à facectomia. Método: Trata-se de uma análise de custo-efetividade realizada na perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS) e baseada em dados de um Ensaio Clínico Randomizado anteriormente realizado. O modelo escolhido foi a Árvore de Decisão, com horizonte temporal de sete dias, cuja mediada de efetividade foi a existência de complicações pós-operatórias. Foram resgatados no setor de arquivo de um hospital público universitário, em Niterói-RJ, 61 prontuários de pacientes que participaram do Ensaio Clínico Randomizado, dos quais 32 são de pacientes que tiveram acompanhamento médico ambulatorial somado a Teleconsulta realizado pelo Enfermeiro (tratamento A), enquanto 29 são de pacientes idosos que tiveram apenas o acompanhamento médico ambulatorial (tratamento B). A coleta de informações referentes aos pacientes, como sexo, idade, comorbidades, complicações pós-operatórias, medicamentos utilizados pelos pacientes e realização de exames foram obtidas mediante avaliação dos registros em prontuários. Dados relacionados aos custos diretos dos materiais para o tratamento (curativos, medicamentos e exames) foram coletados a partir do Banco de Preços em Saúde do Ministério da Saúde. Os custos do profissional de enfermagem foram calculados segundo salários-base obtido na Secretaria de Estado de Trabalho e Renda e de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem. Para análise dos dados inseridos no modelo de decisão, utilizou-se o Software Treeage Pro versão 2015. Resultados: O acompanhamento médico ambulatorial somado a teleconsulta apresentou um custo médio de R$19.625,31 para tratar 168,33 complicações pós-operatórias. Logo, o custo para tratar cada complicação foi de R$116,59 neste grupo, enquanto que o acompanhamento médico ambulatorial (sem a teleconsulta) apresentou um custo de R$ 36.062,03 para tratar 249,4 complicações pós-operatórias, logo, um custo de R$ 144,59 reais para tratar cada complicação pós-operatória neste grupo. Ao avaliar a diferença do custo para tratar cada complicação nos dois grupos, conclui-se que com a teleconsulta houve uma economia de custo de R$ 28,00 reais por complicação. Verifica-se um custo incremental de R$ 16.436,72 e uma ocorrência de 81,07 complicações incrementais no grupo que teve o acompanhamento médico ambulatorial sem a teleconsulta. Além disso, observa-se que a razão custo-efetividade incremental (RCEI) no grupo acompanhado sem a teleconsulta foi de R$202,75. Conclusão: A assistência de enfermagem realizada através da teleconsulta na primeira semana de pós-operatório é mais custo-efetiva na recuperação cirúrgica de idosos submetidos à facectomia quando comparado ao acompanhamento médico convencional. O modelo de assistência através da teleconsulta mostrou-se como uma importante tecnologia, por prevenir complicações pós-operatórias e reduzir os custos para instituição, permitindo uma melhor alocação dos recursos disponíveis.