Acumulação de matéria orgânica e de elementos-traço em turfeiras altimontanas tropicais no Sudeste do Brasil nos últimos 150 anos
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por eng |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6047 |
Resumo: | Atualmente a extensão de turfeiras no mundo é de 400 milhões de ha, sendo que no Brasil correspondem a uma área de aproximadamente 600 mil ha. Este montante está sendo cada vez mais reduzido devido à forte degradação destes compartimentos ambientais. A importância das turfeiras não se limita apenas em abrigar específicos nichos ecológicos, mas também está associada a prestação de serviços ambientais incalculáveis. Dentre eles estão à alta estocagem de carbono e o aporte para o ciclo deste elemento e de outros elementos-traço depositados via atmosfera. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar o acumulo de matéria orgânica e elementos traço em testemunhos de turfeiras de dois parques nacionais, unidades de conservação ambiental, Itatiaia e da Serra dos Órgãos, nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente. Nessas áreas foram realizadas caracterizações ambientais, pedológicas e vegetativas. Os solos foram classificados como Organossolos Háplicos Sápricos típicos. Devido à combinação de condições topográficas e climáticas favoráveis as turfeiras altimontanas tropicais amostradas indicaram que nos últimos 150 anos ocorreu alta taxa de acumulação de carbono, sendo esta de 159 g C m-2 ano-1 em Itatiaia e de 243 g C m-2 ano-1 na Serra dos Órgãos. Este valor é cerca de 7 vezes maior que o encontrado em turfeiras boreais e subárcticas. Alterações climáticas ocorridas na região a partir da década de 1950, aparentemente, provocaram redução na taxa de acumulo da turfa e de carbono a partir deste período. A relação dos fenóis de lignina siringil/vanilil e cinamil/vanilil foram superiores a 0,4 nas duas áreas e ao longo de todo o testemunho, mostrando que a vegetação da área de estudo que deu origem a matéria orgânica foi constituída majoritariamente por angiospermas não lenhosas. Através da relação dos fenóis de lignina 3,5 Bd/v e (Ad/vl)v também foi possível observar que a matéria orgânica de ambas as turfeiras é altamente humificada, pois essas relações foram superiores a 0,4, embora nas camadas superiores do testemunho de Itatiaia tenha sido ligeiramente menor a humificação que nas camadas mais profundas. A deposição atmosférica de mercúrio (Hg) avaliada nestes ambientes coincidiu com o aumento das emissões destes elementos registrados a partir do desenvolvimento industrial no Brasil. A concentração de mercúrio em Itatiaia foi de 137 ng g-1 antes de 1950 e de 179 ng g-1 pós 1950 e na Serra dos Órgãos foi de 136 ng g-1 nas camadas mais profundas e de 175 ng g-1 nas camadas mais superficiais. O chumbo (Pb) apresentou o mesmo comportamento do mercúrio nas duas áreas com medias de 15 μg g-1 em Itatiaia e de 13.14 μg g-1 na Serra dos Órgãos com aumento após 1950. A taxa de acúmulo de mercúrio e chumbo em Itatiaia sofreu forte redução a partir de 1950, o que pode estar associado às mudanças climáticas que podem ter ocorrido neste local a partir de 1950 |