Variação linguística e o ensino de português brasileiro a hispanofalantes: a representação do complemento verbal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Thais Leal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3792
Resumo: Esta dissertação de mestrado apresenta os resultados da pesquisa realizada sobre o ensino da representação do complemento verbal a falantes de espanhol, seja o objeto direto, seja o objeto indireto, fato linguístico variável na língua portuguesa do Brasil (PB). O trabalho consiste em uma análise de materiais didáticos de ensino de português para estrangeiros (PLE), com o intuito de verificar como são apresentados e ensinados os complementos verbais, nos referidos materiais, e averiguar se a variação linguística é contemplada no tratamento desse tema. A pesquisa se apoia nos preceitos da Sociolinguística. Segundo essa teoria, todas as línguas variam, portanto são heterogêneas. Entretanto, a heterogeneidade linguística não representa um caos, pois é possível sistematizar a variação. No âmbito da aplicação pedagógica de tais conceitos, encontramos respaldo na Sociolinguística Educacional, de Bortoni-Ricardo. A linguista preconiza um ensino de língua materna bidialetal, isto é, uma didática que parte do dialeto do aluno, sem preconceitos, para então ampliar sua competência linguística. A metodologia utilizada no desenvolvimento dessa pesquisa é qualitativa, de classificação bibliográfica. Foram analisados dez livros de ensino PLE, publicados ou editados a partir do ano 2000, a fim de verificar se os estudos linguísticos influenciaram a produção dos materiais, no concernente ao tratamento do tema da representação do complemento verbal. Constatamos que já se percebe certa evolução na elaboração da maioria dos livros analisados, que já tratam da variação linguística de alguma forma. Contudo, comprovamos que ainda se faz necessário dar importância a esse tema e não abordá-lo apenas em notas e advertências, sem o imprescindível esclarecimento do conceito de adequação linguística. Não basta apresentar as variantes, é necessário aprofundar a discussão sobre o tema, de acordo com a necessidade do corpo discente. Com relação especificamente ao preenchimento do complemento verbal, essa pesquisa comprovou que ainda há um predomínio de uma visão normativa, pois a grande maioria só menciona a variante padrão (clíticos), deixando de lado a variante mais utilizada pelos brasileiros (objeto nulo), embora quase todos os materiais se proponham a ensinar língua falada