Escrevivências de acadêmicos negros sobre sua condição de raça e seus atravessamentos vivenciados no ambiente universitário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ferreira, Matheus Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34385
Resumo: Superar barreiras impostas pela estrutura racista no Brasil é um desafio diário de sobrevivência nas experiências pretas de vida. Os dados que comprovam a relação entre as maiores taxas de mortalidade por doenças em jovens pretas, assassinatos e trabalhos menos remunerados destinados a jovens pretos, maiores índices de evasão escolar e prevalência do analfabetismo nessa população em comparação as experiências brancas de vida, evidenciam a necessidade de debates interseccionais que articulem educação e saúde. São necessárias discussões plurais que considerem a questão racial em nível político, visando a ações que possibilitem a (re)existência dessa parcela social em todos os níveis, incluindo o ensino superior. Nesse aspecto, surge uma nova perspectiva de existir no horizonte, por meio da literatura, utilizando a escrevivência de Conceição Evaristo que afirma a necessidade de garantir, por direito, o lugar da fala e da escrita da mesma forma como se tem por direito a vida. O objeto deste estudo são as vivências experienciadas pelos acadêmicos de enfermagem negros diante de sua condição de raça. Seu objetivo geral é compreender as experiências vivenciadas pelo acadêmico de enfermagem negro relacionadas à sua condição de raça. Os objetivos específicos são: 1) descrever a potencialidade da escrevivência com acadêmicos pretos em ambiência universitária; 2) realizar experimentações para a construção de textos escrevividos que visem ao entendimento acerca das experiências pretas de vida; 3) elaborar propostas de intervenção junto aos estudantes, a partir dos textos escrevividos. Caracteriza-se como um estudo qualitativo de abordagem sociopoética. Para análise de dados, utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin. O cenário da pesquisa foi a Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense, que teve acadêmicos pretos como participantes da pesquisa. Resultados e discussão: a partir dos dados produzidos foram elencadas as seguintes categorias: I) Meu cabelo não contamina! Violências verbais vivenciadas no ambiente de sonho-universidade; II) Gênero e Raça. Intersecção atravessada pela vida-experiência; III) A vida não permite o lento caminhar, mas os sonhos não envelhecem. A questão do tempo e o exemplo e IV) Sobreviver não é viver! O Aquilombamento enquanto potência-resistência. A investigação concluiu que os objetivos da pesquisa foram atendidos e as propostas que versam sobre ensino, prática e cotidiano da escola de enfermagem foram feitas para continuidade da pesquisa.