Psicose e o uso de álcool e outras drogas: considerações sobre a teoria e a prática psicanalítica no contexto institucional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Torres, Maycon Rodrigo da Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37927
Resumo: O uso abusivo de álcool e outras drogas é um fenômeno clínico que tem recebido muita atenção à medida que a rede de atenção psicossocial se amplia. No contexto dos dispositivos de tratamento, a internação de usuários de drogas em enfermaria especializada de hospital psiquiátrica levanta a discussão a respeito da função da droga na estrutura clínica da psicose. O objetivo desta tese é identificar e articular as especificidades do recurso às drogas na estrutura psíquica psicótica, em especial diante da falha deste recurso, pois a droga pode servir como tentativa de proteção contra a produção psicótica ou o uso abusivo fazer parte da própria desorganização da desamarração das instâncias psíquicas. Orientada pela teoria psicanalítica freudo-lacaniana, recorre-se à escrita de casos clínicos a partir do laço transferencial com o clínico-pesquisador e à documentação de informações em prontuários institucionais. A droga apresenta em um nível função significante de nomeação, que pode permitir certa estabilização frágil e temporária, e em outro, incidência no real do corpo como tentativa de organização pulsional. Há ainda o risco do uso de drogas ser índice da crise psicótica e seu excessivo coincidir com o demasiado do gozo. A nomeação de instituição especializada viabiliza o tratamento das psicoses aparentemente não descadeadas, mas, ao mesmo tempo, pode reforçar a redução da estrutura psicótica ao fenômeno da toxicomania, alimentada pela lógica da psiquiatria contemporânea pautada em hipóteses organicistas da causalidade dos sintomas psicóticos e organização estatística dos diagnósticos dos transtornos mentais.