Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Macedo, Giovanni Raimundo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/33782
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Resumo: |
Tomando como foco a implantação técnica e as mudanças socioeconômicas ocorridas no Brasil no século XX, o presente trabalho visa investigar a produção histórica da diferenciação socioespacial no Vale do Paraíba Paulista. Partindo do conceito de espaço elaborado pela geografia sob a influência do pensamento marxista e a proposta teórico-metodológica de Formação Socioespacial revelada por Milton Santos, compreende-se a inseparabilidade entre espaço e sociedade. Portanto, o espaço é visto como resultado concreto da produção, ao mesmo tempo em que nela interfere, sendo por isso fundamental para o entendimento das dinâmicas sociais e consequentemente nos processos de diferenciação inerente à ação humana. Desta forma, a partir de um levantamento que buscou alinhar a história do Vale do Paraíba à história brasileira e mundial, foi realizado um estudo onde é possível perceber o resultado do movimento social e a consequente separação do Vale em dois eixos distintos que se destacam: 1) o grupo de municípios contemplados pelas principais vias de circulação (Ferrovia Central do Brasil e Rodovia Presidente Dutra), apresentando maior desenvolvimento urbano, industrial e melhores indicadores socioeconômicos; e 2) os municípios que não foram privilegiados pelas vias, contando com maior presença das atividades rurais, menores indicadores econômicos e demográficos. Nesse sentido, a diferenciação socioespacial em escala intermunicipal, torna-se pretexto para o resgate do discurso reducionista de “cidades mortas” pronunciado por Monteiro Lobato. Embora elaborado no período da crise cafeeira que atingiu o Vale no início do século XX, o discurso passa a ser usado como modo de referenciar na conjuntura regional contemporânea, os municípios que não seguiram o padrão de desenvolvimento econômico e demográfico vigente, e que por isso, estariam à margem do tão proclamado “progresso”. Exemplo maior no Vale do Paraíba é a Microrregião de Bananal, que além de ser fonte de inspiração de grande parte dos contos do livro Cidades Mortas, é um dos locais da região não contemplados pelo eixo de transporte e alvo preferido do discurso de “morte” enunciado pelo escritor. No entanto, o que o discurso não previu ou não prevê, é que a microrregião guarda parte importante do patrimônio histórico, ambiental e cultural do Vale, tornando discutível o uso de tal nomenclatura. Assim, mesmo sendo a diferenciação socioespacial parte integrante das atividades humanas vinculadas ao modo de produção capitalista e fruto da desigualdade imanente do sistema, busca-se outro olhar que seja também contrário à ideia de morte e que enxergue também o lado positivo da diferenciação, já que essa não se apresenta apenas como desigualdade. |