Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Figueiredo, Thiago de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7184
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Resumo: |
Durante o último ciclo glacial/interglacial a circulação do oceano Atlântico foi fortemente afetada pela variação da Circulação Meridional de Retorno do Atlântico (AMOC), pelas mudanças na geometria das massas d’água de fundo e pela variação da produtividade em áreas de altas latitudes. Todos esses fatores somados controlam a distribuição e a partição geoquímica dos metais-traço. O mercúrio é um metal-traço altamente sensível as mudanças de oxigenação e produtividade o que faz dele um potencial proxie das mudanças paleoambientais. O fracionamento isotópico do Hg é uma ferramenta bastante empregada em estudos sobre a ciclagem do Hg em longas escalas de tempo. Seus resultados têm ajudado a elucidar os processos relacionados à fonte e biogeoquímica deste elemento. Portanto, este trabalho avaliou os efeitos das mudanças de circulação no Oceano Atlântico durante o último ciclo glacial/interglacial na biogeoquímica do Hg. Para isso. A concentração total do Hg foi determinada, em alta resolução, no testemunho GL1090. Este testemunho foi coletado na Bacia de Santos e cobre os últimos 185 ka. No último ciclo glacial/interglacial o Hg apresentou um distinto comportamento ao longo dos estágios isotópicos marinhos (MIS), onde, sua geoquímica e remoção para o sedimento foi fortemente relacionado com o aporte de matéria orgânica (MO) e com a precipitação do carbonato biogênico. O comportamento similar entre carbono orgânico total, CaCO3 e o δ13C de Cibicides wuellerstorfi demostraram que esses marcadores foram amplamente afetados pelas mudanças na AMOC ao longo dos MIS, portanto, alteraram a partição geoquímica e disponibilidade do Hg na coluna d’água. Este fato ficou evidente no MIS 4, onde a presença de águas mais corrosivas, oriundas da Antártica foi responsável pela diminuição da precipitação do CaCO3 e aumento da remineralização da MO. Visto isso, o Hg foi continuamente ciclado nas massas d’ água de fundo como um nutriente. Além disso, a relação observada entre o CO2 e Hg sugere que durante os períodos de enfraquecimento da AMOC, o oceano profundo foi um dos principais sumidouros deste elemento. Também foi observada uma sensibilidade do Hg a variação redox do sedimento durante a Terminação II. Fato este, explicado pela retomada da AMOC. Esta hipótese foi confirmada pelo comportamento antagônico do Hg e do COT frente ao Mn e o CaCO3. A mesma resposta não foi vista para a Terminação I o que sugeriu uma diferença na intensidade da circulação de fundo durante estes dois eventos. A razão Hg/COT apontou para abrupto aporte de Hg durante o LGM e após a Terminação II. Porém, a partir da comparação dos resultados com o Δ199Hg, δ202Hg e com a razão Ti/Al ficou evidente que rápida acumulação de Hg durante o LGM esteve relacionada a uma significativa entrada de material argiloso oriundo do continente e a rápida acumulação durante a Terminação II aos processos oxidativos da MO no sedimento. O fracionamento dependente da massa (FDM) apresentou uma ampla variação, já o fracionamento independente da massa (FIM) apresentou valores significativamente negativos em amostras do MIS 2 e do MIS 6, para os demais, os valores não apresentaram significância. Nossos resultados demonstram uma diferença no FDM e o FIM entre os períodos glaciais e interglaciais, além disso, não estão em acordo com os valores estimados para o sedimento marinho. Isto sugere que o fracionamento deste elemento foi amplamente afetado por misturas de fontes e processos ao longo dos MIS. |