A expressão da conformidade no Português do Brasil: uma análise centrada no uso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Myllena Paiva Pinto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31007
Resumo: Esta tese, que se desenvolveu no âmbito do Grupo de Pesquisa Conectivo e Conexão de Orações, tem por objetivo geral descrever e analisar as estruturas morfossintáticas em língua portuguesa que expressam a conformidade por meio de conectivos. Seguem-se os pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), que tem como principal referência o trabalho de Traugott e Trousdale (2013). Nessa perspectiva, a língua é tomada como rede de construções, em que cada unidade básica é uma construção, definida como pareamento de forma e significado (Goldberg, 2006). Mobilizando-se, ainda, algumas ferramentas teóricas da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), em grande medida representada pelos trabalhos de Halliday (1994) e Halliday e Matthiessen (2004), busca-se alcançar os seguintes objetivos específicos: 1) identificar os conectivos que integram a construção conformativa; 2) elaborar a rede da conformidade, em que se inserem construções desde o nível menos esquemático, ou seja, o das microconstruções, passando pelo subesquema, até chegar ao esquema; 3) verificar as instanciações da conformidade mais convencionalizadas na língua, considerando, sobretudo, a frequência token. Tomando-se os pressupostos teóricos adotados, os dados analisados são coletados a partir de textos reais de interação comunicativa. Assim, utilizam-se 24 edições da revista Superinteressante, corpus composto de textos produzidos na modalidade formal escrita da língua. Empreende-se o método misto de análise (metodologia qualiquantitativa) dos 490 tokens detectados no corpus, em pesquisa sincrônica, o que permite, partindo de uma análise empírica de determinada quantidade de dados, realizar generalizações sobre a língua (LACERDA, 2016). Como hipótese, assume-se que a conformidade, antes de se expressar na gramática da língua portuguesa, está estruturada no plano cognitivo, ocorrendo entre elementos do mundo biofísico-social. É a partir desse plano que se expressa linguisticamente por meio de conectivos ou não. Como resultados, detectam- se 19 microconstruções conformativas, que podem desempenhar função circunstancial, assim como função evidencial. Essas duas funções semântico-pragmáticas, que se diferenciam formalmente, principalmente no grau de conexão entre os segmentos, confirmam que as microconstruções com função circunstancial têm um correspondente no plano biofísico-social e são menos intersubjetivas; e, após processo metafórico, as microconstruções com função evidencial, em contexto mais abstrato, têm uso mais intersubjetivo. Também se observam, além das 19 microconstruções, três estratégias formal e semanticamente diferentes que demonstram a expansão da rede da conformidade em língua portuguesa.