Caracterização fenotípica e genotípica de amostras de Escherichia coli uropatogênica isolada de humanos e de cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Alves, Danielle Pacheco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6111
Resumo: As infecções no trato urinário (ITU) são frequentemente causadas por cepas de Escherichia coli uropatogênica (UPEC). Este patotipo é a principal causa de ITU na comunidade e um dos mais importantes no ambiente hospitalar. A localização, gravidade e sequelas destas infecções são determinadas pelo equilíbrio entre a virulência bacteriana e a resistência do hospedeiro. A multirresistência bacteriana aos antimicrobianos, que vem ocorrendo de modo crescente tanto na medicina humana quanto na medicina veterinária, dificulta o combate a estes microrganismos. A produção de beta-lactamases de espectro estendido é um importante mecanismo de resistência em enterobactérias, visto que essas enzimas catalisam a hidrólise do anel beta-lactâmico, impossibilitando sua atividade antimicrobiana. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar comparativamente os perfis de virulência e resistência antimicrobiana de amostras de Escherichia coli isoladas de infecções do trato urinário de humanos e de cães. A resistência a 19 antimicrobianos foi avaliada em amostras de UPEC de origem humana (n=50) e de origem canina (n=50). Adicionalmente, testes fenotípicos de avaliação da produção de ESBL e de hemolisina foram realizados. O perfil genotípico das amostras foi avaliado através de detecção de genes específicos codificadores da virulência (afa, cnf, fimH, hly, kps e pap) e da resistência bacteriana (blaCMY , blaTEM , blaSHV , blaCTX , drf, rmtB) além da avaliação do perfil plasmidial. Pode-se observar multirresistência a antimicrobianos em 94% das amostras de origem humana, assim como em 74% nas de origem canina. Resistência simultânea a mais de 8 classes de antimicrobianos foi detectada em 4% e 10 % das amostras de origem humana e canina, respectivamente. Todas as amostras testadas foram sensíveis ao imipenem. A ocorrência de cepas produtoras de ESBL, detectadas em amostras de origem humana (n=4) e canina (n=3) foi principalmente mediada pela presença das enzimas Tem e Ctx, uma vez que nenhuma das amostras testadas apresentou o gene codificador da enzima Shv. O perfil genético de virulência foi diverso, ocorrendo amostras portadoras de apenas 1 gene de virulência (fimH - 14% das amostras de origem humana e 17% das amostras de origem canina testadas), até amostras que apresentaram todos os genes investigados ( 18% das amostras de origem humana e 17% das amostras de origem canina testadas). Várias destas amostras exibiram simultaneamente um padrão de multirresistência. A presença do gene hlyA foi comumente associada a presença dos genes pap e/ou cnf. Os resultados obtidos neste estudo reforçam a importância do monitoramento de amostras multirresistentes de modo a otimizar as estratégias de tratamento e controle da infecção.