Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Lívia Pierotte Mello de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/32953
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Resumo: |
Esta tese é uma análise sobre a presença da obra do filósofo francês Henri Lefebvre em estudos de Geografia Urbana brasileira. Consiste numa investigação sobre a “entrada”, permanência, potência e atualidade de seu pensamento no campo acadêmico selecionado. Trata-se de uma investigação de caráter qualitativo no período compreendido entre a segunda metade da década de 1970 e o início dos anos 2020, viabilizada a partir da análise de artigos publicados em boletins e revistas de Geografia, livros e capítulos de livros, dissertações e teses produzidas em Programas de Pós-graduação em Geografia no Brasil, além da realização de entrevistas semiestruturadas com nove geógrafos brasileiros. A hipótese levantada é a de que a “entrada” do pensamento de Lefebvre em nossa disciplina, no Brasil, está relacionada a condições históricas, conjunturais, acadêmicas e de militância que a renovação epistemológica desta ciência propiciou, a partir da segunda metade dos anos 1970. Assume-se a premissa de que o movimento de renovação epistemológica mencionado introduz (re)direcionamentos analíticos importantes na análise espacial urbana, configurando-se em mudanças de ordem teórica qualitativas. Defende-se que é no bojo de tais mudanças que a obra de Henri Lefebvre encontra condições favoráveis de penetração. Os resultados da pesquisa evidenciaram, a partir do recorte temporal preconizado, do corpus analítico selecionado e inventariado e das entrevistas realizadas, que as décadas de 1970 e 1980 foram marcos importantes da entrada do pensamento de Henri Lefebvre na Geografia brasileira, num contexto de emergência e consolidação de ementários crítico-reflexivos na agenda desta disciplina, sobretudo de cunho marxista, que se refletiram em (re)ordenamentos teórico-metodológicos no campo dos estudos geográficos sobre a cidade e o urbano. O exame das publicações dos anos 1990 revelou uma “tomada de fôlego” em apropriações da obra de Lefebvre em estudos de Geografia Urbana no país, em temáticas variadas, mesmo na coexistência com outros aportes teórico-metodológicos para a investigação do fenômeno urbano, permitindo-nos trabalhar com a ideia de permanência – não isenta de tensões e contradições – de sua obra no referido campo epistêmico. Os recortes contemporâneos dos trabalhos inventariados entre os anos 2000 e início da década de 2020 comprovaram a potência e atualidade de sua obra, que não deixou de ser referenciada em publicações de geógrafos urbanos brasileiros. As entrevistas configuraram-se como recurso metodológico fundamental à apreensão do objeto estudado, uma vez que permitiram avaliar perspectivas sobre apropriações da obra do filósofo, bem como compreender a forma como sua produção atravessa os entrevistados em suas trajetórias acadêmicas. Conclui-se que a presença de Lefebvre na Geografia Urbana brasileira deve ser considerada na complexidade do movimento das ideias deste campo do conhecimento e que seu pensamento continua potente, permanentemente (re)descoberto e que sua vasta e densa obra continua sendo constantemente revisitada por muitos estudiosos de Geografia Urbana no Brasil. |