Lendo ambiências: o reencantamento do mundo pela técnica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Martoni, Alex Sandro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10162
Resumo: Esta tese tem como objetivo principal demonstrar como e por que as materialidades da comunicação participam dos processos de construção de sentidos das obras de arte, influindo, desse modo, sobre um tipo de experiência sensível que, habitualmente, designamos com os termos atmosfera, clima e ambiência. Dentro dessa perspectiva, analisaremos um conjunto bastante heterogêneo de objetos: a canção “Penny Lane”, dos Beatles; o conto “São Marcos”, de Guimarães Rosa; o conto “A queda da casa de Usher”, de Edgar Allan Poe e suas respectivas versões em áudio, interpretada pelo ator Vincent Price, e para o cinema, realizada pelo diretor tcheco Jan Švankmajer; e, ainda, a adaptação cinematográfica do Fausto de Goethe feita pelo realizador russo Aleksandr Sokurov. Em todas essas obras, buscaremos refletir sobre uma questão que consideramos fundamental para a compreensão de determinados fenômenos do mundo contemporâneo: como a técnica opera, em termos qualitativos e quantitativos, sobre a própria estrutura da experiência estética e cultural. Neste sentido, este trabalho se inscreve no campo dos estudos de intermedialidades. Não obstante, devido à natureza cediça e complexa deste problema, buscaremos uma incessante negociação entre conceitos e metodologias, que, oriundas de diversos campos do saber, nos estimulam a adotar um modo plural, mas produtivo, de se pensar sobre esses fenômenos. Dentro dessa perspectiva, evocaremos a palavra alemã Stimmung como forma de apontar para uma dimensão da experiência estética que, para além do plano hermenêutico, nos toca de modo substancial, modulando os nossos afetos e construindo uma espécie de lógica das sensações. Todo o processo analítico desenvolvido nos quatro primeiros capítulos nos levará, em uma etapa final, à reflexão sobre como determinadas operações técnicas realizadas no domínio da arte parecem inscrever forças que subvertem a nossa percepção habitual e cotidiana das coisas, e, desse modo, não se mostram tão distantes de procedimentos como a magia, o que nos permite, em caráter experimental, pensar na experiência do sujeito no mundo da técnica como uma experiência de reencantamento do mundo