Análise energética e ambiência de modelos arquitetônicos propostos pelo programa nacional de habitação rural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Orlando, Maria Beatriz Sartor [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136449
Resumo: O crescente aumento dos custos energéticos e ambientais no setor da construção civil tem levado ao surgimento e à adoção de materiais e soluções construtivas que ofereçam menor impacto ambiental e menores gastos na produção das edificações. Considerando-se a importância progressiva que sistemas construtivos não convencionais vêm adquirindo, frente aos elevados custos da energia e da produção, torna-se importante analisar a eficiência energética como mais um indicativo da eficácia dos sistemas de produção de edificações. Sendo assim, o presente trabalho teve por objetivo mensurar os conteúdos energéticos dos materiais utilizados na construção de modelos arquitetônicos habitacionais propostos pelo Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e implantados nos municípios de Itararé e São Miguel Arcanjo, interior do estado de São Paulo, para obter uma estimativa da energia empregada na construção de uma moradia que apresente condições adequadas de ambiência aos trabalhadores rurais e agricultores familiares. Para tal, a execução da unidade de habitação foi dividida em cinco etapas de construção a serem analisadas: fundação, piso, fechamento (alvenaria), revestimento e cobertura. Informações e dados sobre os projetos, técnicas construtivas e os materiais empregados na execução das unidades habitacionais foram obtidos em visitas realizadas a campo, diretamente com os técnicos responsáveis pelas obras e através de material disponibilizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (Fetaesp), entidade responsável pela implantação das unidades estudadas em Itararé e São Miguel Arcanjo. Ao realizar a avaliação energética dos materiais de construção utilizados, verificam-se os níveis de dependência energética das etapas construtivas e, assim, compreendem-se as necessidades de adequação do projeto do modelo arquitetônico habitacional proposto pelo PNHR. Para mensurar o consumo da energia dos materiais de construção foram empregados coeficientes energéticos encontrados na literatura, utilizados e calculados por autores que estimaram a energia empregada na construção de diferentes tipologias de edificação. Foram consideradas a energia embutida nos materiais de construção e o dispêndio energético do trabalho humano nos processos construtivos de execução da unidade de habitação. O trabalho analisou as condições da ambiência oferecidas pelo modelo habitacional sob o olhar da proposta do projeto arquitetônico em conformidade com as especificações e diretrizes mínimas exigidas pelo Programa. A unidade habitacional implantada em Itararé consumiu um total de 271.011,52 MJ, enquanto o modelo de São Miguel Arcanjo apresentou um consumo energético de 262.980,99 MJ. Da energia total empregada na construção das unidades os itens fundação, piso, fechamento, revestimento e cobertura representaram 32,47, 0,38, 20,29, 8,29 e 38,57%, respectivamente, no modelo de Itararé e, 37,46, 0,43, 19,85, 7,39 e 34,87% na unidade de São Miguel Arcanjo. O aço e o forro de PVC foram os materiais com os maiores índices energéticos. A análise da ambiência, realizada a partir das soluções adotadas no projeto arquitetônico, demonstrou que ambos os modelos habitacionais implantados foram desenvolvidos com preocupação em atender às expectativas quanto aos aspectos de ambiência, conforme diretrizes mínimas exigidas pelo Programa Nacional de Habitação Rural. Foram sugeridas algumas alterações no layout com o objetivo de melhorar o aproveitamento dos espaços das unidades habitacionais, aumentando a funcionalidade dos ambientes e o conforto e bem estar do usuário.