A invisibilidade do papel de gênero no cuidado de mulheres com câncer de mama no município de Niterói
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/9984 http://dx.doi.org/10.22409/PPGSC.2018.m.13384272706 |
Resumo: | O câncer é uma doença mundialmente conhecida há longa data, apresentando-se como enfermidade de importante impacto biológico, psíquico e social. O câncer de mama é o segundo mais incidente em mulheres brasileiras e vem sendo objeto de políticas públicas específicas que contribuíram para elevar a taxa de sobrevida. No entanto, paradoxalmente, apesar de ser o tipo de câncer mais curável, quando diagnosticado precocemente, é o câncer que, atualmente, mais mata mulheres, sobretudo nos países subdesenvolvidos (The Lancet, 2018). No caso do Brasil, um possível determinante seria a estrutura social de base patriarcal e a permanência de uma divisão de papeis de gênero segundo a qual as tarefas de administração doméstica e cuidados dos filhos são considerados de responsabilidade “naturalmente” feminina. A impossibilidade/dificuldade de abandonar essa função familiar coloca mulheres acometidas por câncer de mama em posição de “desvantagem” quando ocorre o deslocamento da sua posição de cuidadora para a de “cuidada” (Salsi, Marcon, 2008). Este estudo tem como objetivo conhecer a forma como mulheres que tiveram câncer de mama vivenciaram o processo de escolha por cuidados, a partir dos atravessamentos de gênero relacionados às suas funções de cuidadora. A estratégia metodológica empregada foi a dos Itinerários Terapêuticos. Para a coleta de dados, utilizou-se entrevista não-estruturada e estas aconteceram na em uma ONG que apoia mulheres com câncer de mama. A abordagem metodológica empregada com as participantes foi a História de Vida Tópica com destaque para a etapa da vida após o diagnóstico de câncer de mama. Foram entrevistadas nove (09) mulheres, que tiveram câncer de mama em alguma etapa da vida adulta, com idades compreendidas entre 18 e 75 anos, com níveis de escolaridade e de classe socioeconômica variados. Como resultados, é possível inferir que as mulheres tendem a mostrar-se resistentes em se colocar na posição de alvo de cuidados, pois a criação da dualidade “quem cuida” e “quem é cuidado” acaba por ser excludente. A constatação da naturalização da ideia de cuidado ligada a mulher se constitui como normativa principal baseando o que é esperado para o seu papel “generificado”. Ultrapassando a barreira da condição hierarquizada da divisão social entre os sexos, gênero mostra-se como estratégica para superar as desigualdades vivenciadas pelas mulheres no que diz respeito a sua condição naturalizada de cuidadora |