Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Santos, Daniela Barsotti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-16012013-134831/
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Resumo: |
Introdução: A sexualidade é uma construção que envolve normas culturais, sexo, corporeidade e gênero. Ela faz interface com a imagem corporal e é produto e produtora da medicalização. Tais elementos interagem entre si e formam diferentes configurações no contexto social e individual, ao longo do tempo. Nesse sentido, o acometimento pelo câncer de mama transforma a sexualidade e a imagem corporal da mulher. Propomos com este estudo contribuir para a compreensão de aspectos psicossociais de mulheres, após o câncer de mama, para a atenção integral à saúde da mulher. Objetivo: Compreender as repercussões do processo diagnóstico e de tratamento, na sexualidade e na imagem corporal, da mulher com câncer de mama. Métodos utilizados: O estudo de abordagem qualitativa embasou-se na Teoria dos Scripts Sexuais que propõe explicar os processos pelos quais as pessoas organizam suas condutas sexuais pela interação entre cenários culturais, scripts interpessoais e scripts da subjetividade. Foram realizadas entrevistas individuais com roteiro semiestruturado; grupos focais e atividade grupal temática, que foram audiogravados e transcritos integralmente. O material foi categorizado, triangulado e analisado segundo conteúdo temático. Cada categoria foi relacionada a um determinado nível dos scripts sexuais. Resultados: 36 mulheres entre 36 e 76 anos participaram do estudo. A maioria mantinha um relacionamento, tinha filhos, tinha até oito anos de escolaridade, não exercia atividade profissional remunerada, era católica e utilizava o SUS. O diagnóstico da doença foi realizado entre 1992 e 2010. Pouco mais da metade foi submetida a cirurgias conservadoras da mama, e todas fizeram, ao menos, um tratamento (neo)adjuvante. Foram delimitadas seis categorias de análise. Cenários culturais: 1. O discurso sobre o câncer: etiologia da doença, opiniões sobre a pessoa com câncer e a percepção de si antes e após o adoecimento. 2. O discurso sobre sexualidade: definições de gênero, atratividade sexual e sexualidade. Scripts interpessoais: 3. Comunicação sobre sexualidade: com familiares, amigos e colegas; com o parceiro afetivo-sexual e com profissionais de saúde. 4. Relacionamento com o parceiro: relacionamentos anteriores e atuais. Scripts da subjetividade: 5. Mudanças corporais: preocupação com a aparência do corpo nu; preocupação com a aparência do corpo vestido; preocupação com a perda do potencial produtivo e preocupação com características corporais não relacionadas aos tratamentos. 6. Vida sexual: algumas mulheres afirmaram ter havido a melhora da vida sexual, após o câncer de mama, parte delas afirmou que a vida sexual permaneceu a mesma e outras referiram piora da vida sexual. Expectativas de melhora da vida sexual. As categorias permitiram a identificação de quatro scripts sexuais: 1. Script sexual que envolve uma sexualidade restrita ao ato sexual e relações tradicionais de gênero bem delimitadas. 2. Script sexual que abarca as relações de gênero de modo difuso com a valorização do bem- estar e prazer sexual feminino. 3. Script sexual de valorização exacerbada da vivência sexual. 4. Script sexual do envelhecimento. Considerações finais: Conhecer alguns scripts sexuais, disponíveis na sociedade brasileira, relacionados à sexualidade e à imagem corporal no câncer de mama pode auxiliar profissionais de saúde na atenção aos pacientes. |