O processo de designação do Hezbollah como organização terrorista pelos Estados Unidos da América: acusações, contradições e consequências (1985-2006)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cheaito, Karime Ahmad Borraschi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31536
Resumo: A presente pesquisa, de caráter qualitativo e histórico-documental, tem como objetivo analisar o processo que resultou na designação oficial do Hezbollah como organização terrorista pelos Estados Unidos da América (EUA), a partir do recorte temporal que vai de 1985 a 2006. Parte-se do pressuposto que essa designação não ocorreu apenas sob uma decisão técnica, a partir de critérios pré-estabelecidos, mas foi perpassada, também, por um contexto histórico específico e por decisões políticas, estratégicas e discursivas. Tem-se como hipótese central que as acusações realizadas contra o Hezbollah, que resultaram na sua designação como organização terrorista em 1997 pelos EUA, são permeadas por contradições, inconsistências, contestações e investigações parciais e enviesadas. Para testar essa hipótese, partiu-se das abordagens teóricas dos Estudos Críticos de Segurança e Estudos Críticos de Terrorismo e, como método, recorreu-se às técnicas de pesquisa qualitativa para análise das fontes secundárias e análise crítica de discurso para investigar os dois principais documentos utilizados: os discursos e pronunciamentos oficiais dos EUA, disponíveis em The American Presidency Project, e os critérios utilizados para designar uma organização como terrorista, disponíveis em Foreign Terrorist Organizations (FTOs), do Escritório de Contraterrorismo do Departamento de Estado. Os resultados alcançados por essa investigação comprovaram a hipótese central inicialmente traçada. Foi possível identificar contradições, inconsistências e contestações nas acusações realizadas, pelos EUA, contra o Hezbollah. A partir disso, tornou-se possível apreender o caráter político e instrumental que permeou as decisões de designar o Hezbollah como terrorista. Apreendeu-se a existência de uma intrínseca relação entre três elementos, que podem justificar a decisão pela designação e manutenção do Hezbollah como FTO: a nova agenda de segurança estadunidense pós-Guerra Fria e a (re)construção de um “novo inimigo” à segurança internacional; a ascensão do Irã como potência regional no Oriente Médio e a ameaça que, desde a Revolução Iraniana, passou a representar para os interesses regionais estadunidenses; a necessidade de se garantir a segurança de Israel.