Sífilis congênita no município de Niterói: características epidemiológicas e tendência temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Heringer, Andressa Lohan dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11197
http://dx.doi.org/10.22409/PPGSC.2019.m.138804796737
Resumo: Objetivou-se descrever a distribuição temporal e as características epidemiológicas da sífilis congênita (SC), no município de Niterói, de 2007 a 2016. Estudo descritivo e de série temporal com dados secundários, provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN - sífilis congênita) e SINASC (Sistema de informação sobre Nascidos Vivos) do Município de Niterói/RJ. A população do estudo foi composta de todos os casos de SC notificados no SINAN, residentes no município de Niterói. Foi calculada a incidência de sífilis congênita e realizado relacionamento probabilístico com o SINASC para recuperar informações ignoradas no banco de SC. A série temporal da incidência de sífilis congênita de acordo com as variáveis sociais e de realização de pré-natal foi estimada pelo programa Joinpoint regression. Identificou-se 754 casos de SC de 2007 a 2016. A maioria das mulheres realizou o pré-natal e mais da metade atingiu sete ou mais consultas, porém cerca de 39% tiveram o diagnóstico de sífilis apenas durante a internação para o parto ou curetagem. O esquema de tratamento foi inadequado ou não realizado na maioria das mulheres (68,6%; 19,1%) e apenas 12,2% dos parceiros foram tratados. Verificou-se altas taxas de sífilis congênita (23,2 casos/ 1.000 NV em 2016) com tendência crescente ao longo do período do estudo (6% ao ano). Observou-se aumento constante e significante do agravo principalmente nas mães adolescentes (25,2% ao ano), com baixa escolaridade (57,1% ao ano), com raça/cor parda (16,8% ao ano) e que realizaram pré-natal (17,3% ao ano). A utilização da categoria ignorada na análise permitiu a identificação de taxas de sífilis congênita mais elevadas nessa categoria nas variáveis escolaridade e raça/cor. A série temporal evidenciou tendência de aumento significante para cor ignorada de 2012 a 2016. É necessária a capacitação dos profissionais de saúde para o manejo adequado da sífilis congênita e para o correto preenchimento da ficha de notificação da SC. Além disso, são necessárias ações governamentais para reduzir as desigualdades sociais