Frequência de enteroparasitos em crianças matrículadas em creches públicas da região das praias da baía do município de Niterói, RJ: Investigação por métodos coproparasitológicos e imunológicos
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6158 |
Resumo: | As parasitoses intestinais ainda representam um importante problema de saúde coletiva mundial, especialmente nos países em desenvolvimento. A frequência de parasitos intestinais varia de acordo com diversos fatores, entre eles, econômicos, sociais e ambientais. Dentre os indivíduos acometidos, as crianças são as mais vulneráveis a adquirir essas infecções parasitárias. Os protozoários intestinais, como Giardia duodenalis, Cryptosporidium sp. e Entamoeba histolytica, podem ser agentes etiológicos significativos, principalmente em infecções em crianças e jovens. Possuem uma transmissão facilitada pela veiculação hídrica, por alimentos contaminados e contato pessoa-a-pessoa. O principal diagnóstico empregado para detectar as infecções é o exame parasitológico de fezes (EPF) com visualização em microscopia óptica convencional. Devido à intermitência da liberação das estruturas parasitárias nas fezes dos indivíduos acometidos e/ou ao tamanho reduzido das estruturas, dificultando assim a sua identificação e o diagnóstico, técnicas alternativas podem ser aplicadas, como a pesquisa de coproantígenos por ensaios imunoenzimáticos (ELISA). Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a frequência de enteroparasitos em crianças de um a seis anos, frequentadoras de creches públicas, da região das Praias da baía no município de Niterói, Rio de Janeiro, através de métodos coproparasitológicos e imunológicos. Foram coletadas e analisadas amostras fecais de 121 crianças de seis creches da rede pública, as quais foram submetidas às técnicas coproparasitológicas. Informações epidemiológicas foram obtidas dos pais e/ou responsáveis por meio de um questionário, e estes receberam informações sobre a importância do diagnóstico para enteroparasitoses na infância através de palestra e/ou de folheto educativo. Amostras fecais de 82 crianças, das 121, foram submetidas ao diagnóstico imunológico através de pesquisa de coproantígenos para Giardia duodenalis e Cryptosporidium sp. pelo Ensaio Imunoenzimático (ELISA), através de kits comerciais ELISA – IVD Research. E ainda, amostras positivas para o gênero Entamoeba no EPF/Microscopia óptica, foram testadas por meio de kit comercial de ELISA, ELISA – IVD Research, para confirmação da espécie Entamoeba histolytica. A positividade geral foi de 23,14% (28/121). O parasito intestinal mais frequente foi o protozoário Giardia duodenalis com 16 crianças positivas (13,22%), seguido por 7 pré-escolares positivos para Entamoeba coli (5,79%); também foram encontrados Blastocystis hominis em 2 crianças (1,65%), Endolimax nana em 2 (1,65%), Cystoisospora belli em 1 (0,83%) e complexo Entamoeba histolytica/E. dispar em 1 (0,83%), e os helmintos Ascaris lumbricoides em 1 pré-escolar (0,83%) e Enterobius vermicularis em 2 (1,65%). As variáveis epidemiológicas, presentes no questionário não apresentaram associação estatisticamente significativa com os resultados positivos no EPF, exceto a relação com a faixa etária, sendo estatisticamente significativa para a faixa etária de 4 a 6 anos (p=0,0264). Todas as amostras das 82 crianças foram negativas no teste imunológico para o protozoário Cryptosporidium sp. Todas as amostras testadas para Entamoeba histolytica foram negativas no teste imunológico. Já para o protozoário Giardia duodenalis, obtivemos nessas mesmas amostras uma positividade de 17,07% (14/82) no teste imunológico, em contraste com uma positividade de 14,63% (12/82) no EPF/Microscopia óptica. Os resultados indicam que a frequência de enteroparasitoses nos pré-escolares foi importante do ponto de vista epidemiológico, visto que a área estudada é urbanizada e com presença de infra-estrutura sanitária, e apesar disso, foi possível observar a frequência de parasitos intestinais na população. Isto confirma a importância do diagnóstico, da melhoria e do cuidado com as condições higiênico-sanitárias e da prevenção primária por meio de educação em saúde continuada e ações educativas. |