Enteroparasitoses em pacientes do hospital universitário Antônio Pedro: diagnóstico, importância clínica e percepção dos médicos e estudantes de medicina sobre o exame parasitológico de fezes.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6177 |
Resumo: | As parasitoses têm um papel importante para a saúde principalmente para pessoas de baixo nível socioeconômico habitantes de locais com pouco ou nenhum saneamento básico e, mesmo com os avanços terapêuticos e diagnósticos, são responsáveis por grande morbimortalidade. Sendo assim, o exame parasitológico de fezes (EPF) é primordial para o diagnóstico dessas parasitoses por propiciar resultados conclusivos a baixos custos, porém, tem sido negligenciado pelos profissionais da área da saúde. Este estudo teve como objetivo geral: avaliar a ocorrência de parasitoses intestinais e suas manifestações clínicas em pacientes assistidos no Hospital Universitário Antônio Pedro/UFF (HUAP) e estudar a percepção dos médicos e estudantes de medicina sobre o exame parasitológico de fezes. Os pacientes receberam kits para coleta de material fecal em três dias não consecutivos e responderam a um questionário socioeconômico. Foram realizadas técnicas de flutuação, sedimentação e pesquisa de larvas, sendo analisadas três lâminas de cada amostra submetida à técnica de sedimentação e uma lâmina para as demais técnicas. Foi realizado também o ensaio imunoenzimático (ELISA) para corpoantígenos de Cryptosporidium spp e Entamoeba histolytica. A percepção dos profissionais de saúde foi avaliada por meio de questionário. Dos 156 pacientes participantes, pelas técnicas parasitológicas empregadas, 17% estavam parasitados sendo encontrado: Ancilostomideo (3,8%), Iodamoeba spp. (3,8%), Complexo E. histolytica/dispar (3,8%), Giardia duodenalis (7,7%), Strongyloides stercoralis (11,5%), Endolimax nana (15,4%), E. coli (23,1%), Blastocystis spp (34,6%). Das três técnicas utilizadas, a de sedimentação foi a mais sensível, com 14,7% de positividade e somente com a combinação de técnicas foi possível encontrar todos os indivíduos parasitados. O percentual de positividade aumentou de acordo com o número de amostras analisadas, sendo de 12,2% na primeira, 15,4% na segunda e 16,8% na terceira amostra. Da mesma forma, houve um aumento no percentual de positividade de acordo com o número de lâminas analisadas. O ELISA para antígeno de E. histolytica apresentou positividade para uma amostra, enquanto que o ELISA para Cryptosporidium foi negativo para todas as amostras analisadas. Dos profissionais de saúde, 244 responderam ao questionário, sendo eles médicos, residentes, docentes e internos do HUAP/UFF. Os resultados mostraram que é baixa a frequência de pacientes parasitados, sendo os protozoários mais frequentes; a população estudada tinha boas condições socioeconômicas, o que reflete na baixa frequência de parasitos. A combinação de técnicas aumentou a sensibilidade dos testes e os resultados apontam para a necessidade de se analisar pelo menos duas amostras fecais e a leitura de duas lâminas em microscópio para evitar falsos-negativos. A análise das respostas dos profissionais de saúde permitiu perceber que o EPF ainda é desvalorizado e existe uma falta de clareza na solicitação do exame, além de pouco conhecimento sobre os fundamentos dos métodos, demostrando que as decisões clínicas são principalmente pautadas em tratamento profilático, com isso, é necessário um programa de reciclagem e uma maior atenção na formação do profissional de saúde. |