Observatórios de turismo como promotores do desenvolvimento territorial: uma análise sobre a região turística Baixada Verde (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Pacheco, Laissa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36420
Resumo: A Região Turística Baixada Verde, localizada no estado do Rio de Janeiro, abrange grande parte da Baixada Fluminense, historicamente atingida por problemáticas sociais oriundas da negligência político-territorial. Devido ao potencial turístico existente na região, vislumbrou-se, por meio do turismo, uma alternativa de transformação social. Para isso, as particularidades e múltiplas relações sociais que caracterizam este território se tornam fundamentais no delineamento de ações estratégicas para o seu desenvolvimento. Tem-se, então, o desenvolvimento territorial como resultado da organização da sociedade em prol de um objetivo em comum, a partir da construção de conhecimento e aprendizagem sobre o território. Por meio da produção de informações, os observatórios de turismo tornam-se profundos conhecedores do território, logo, fundamentais nos processos de planejamento turístico conforme a realidade do destino. A mobilização dos agentes do turismo da Baixada Verde culminou na criação do Observatório de Turismo e Lazer da Região Turística Baixada Verde (OTBV), instrumento proativo na governança turística do território. Assim, a pesquisa objetiva analisar a atuação do OTBV sob a perspectiva da promoção do desenvolvimento territorial, considerando suas ações e conhecimento turístico produzido sobre o território. Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva com abordagem qualitativa. Construiu-se no referencial teórico discussões referentes aos observatórios de turismo sob a lente teórica do desenvolvimento territorial para análise do contexto da Baixada Verde, revelando as interfaces entre os conceitos. Na pesquisa empírica, explorou-se a percepção de agentes públicos e privados do turismo atuantes na Baixada Verde, realizando entrevistas individuais por roteiro semiestruturado, analisadas posteriormente com a técnica de análise de conteúdo. Emergiram-se 15 códigos secundários de análise referentes a 5 categorias de codificação. Identificou-se uma insuficiência na produção e divulgação de dados pelo OTBV, uma vez que os agentes do setor público possuem mais facilidade de acessá-los quando comparados com agentes do setor privado. Agentes de ambos os setores percebem que o processo de governança territorial do turismo é prejudicado pela ausência de uma plataforma de dados estruturada e aberta, mas não invalidam a importância do OTBV. Inclusive, considera-se que ele influencia a formulação de políticas públicas de turismo na Baixada Verde por meio do exercício de poder e afirmação sobre o território, que se traduz na sua territorialização sobre esse espaço. Essa prática e seu vínculo com a Universidade Pública contribuem para sua legitimação como institucionalidade local. Apesar das mudanças positivas já percebidas, a região ainda enfrenta significativas problemáticas que reafirmam sua imagem social negativa, mas também despertam anseios de transformação social. Essa condição revela uma dualidade de identidades entre a Baixada Verde e a Baixada Fluminense sobre o mesmo espaço. A baixa participação do setor privado remete à distância ou exclusão exercida pelo setor público. Revela-se assim, uma fragilidade do OTBV em promover a sinergia entre os múltiplos agentes do território para a construção de redes sólidas de cooperação. Contudo, atuação do OBTV provoca conflitos, que por sua vez fazem parte do processo de potencialização das ações de desenvolvimento territorial.