“Do amor ao match”: como aplicativos de relacionamento inauguram um novo elemento na formação de laços eróticos afetivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costantino, Fernanda Ângelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33331
Resumo: Como os aplicativos de relacionamento se inserem na dinâmica dos encontros amorosos? Como surge uma nova forma midiatizada de se relacionar? Esta tese tem como hipótese o surgimento de um novo elemento na formação de laços eróticos afetivos e o surgimento de uma nova dinâmica de socialização para os relacionamentos amorosos a partir dos aplicativos, o qual classificamos como o match. A dinâmica do match, interação disponível em tais programas e que corresponde à combinação entre dois pretendentes, traduz essa nova forma de encarar os encontros amorosos baseada na cultura de consumo e consolida a influência da midiatização no processo de reconhecimento e linguagem dos relacionamentos amorosos. A partir da observação e análise de 100 perfis nas plataformas Tinder e Happn e de 86 entrevistas semiestruturadas com usuários desses aplicativos de relacionamento, pudemos constatar que esta nova dinâmica para os encontros amorosos se baseia na busca constante por novas e infinitas possibilidades. Os usuários de tais programas utilizam suas ferramentas de forma híbrida entre a busca por relacionamento sério e a abertura para encontros casuais, fazendo com que as interações sociais presentes nos aplicativos conversem com dinâmicas da atual sociedade de consumo, entre elas o descarte, a velocidade, a objetificação e o fluxo constante de novidades e informações. Para este trabalho utilizamos como base bibliográfica autores como Giddens (2002), Bauman (2004), Illouz (2011), Tucherman (2019), Heller (2008), Berger e Luckmann (2004), Hjarvard (2012) e material bibliográfico especializado em aplicativos de relacionamento, como Figueiredo (2016), Miskolci (2017), entre outros. Por fim, o trabalho traz ainda uma proposta de conceituação para os aplicativos de relacionamento e para o match, propondo um diálogo entre as relações estabelecidas nos aplicativos e a forma como o cotidiano e a cultura de consumo perpassam essas novas formas de encontros.