Representações midiáticas do amor: o caso Casamento às Cegas (Edição 2021)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Muniz, Paula Lagoeiro Jorge
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35919
Resumo: Esta pesquisa discute a representação do amor romântico na primeira edição da versão brasileira do reality show "Casamento às Cegas", conteúdo original da Netflix. A proposta é perceber como a representação midiática desse amor é construída, tendo em perspectiva um cenário social e cultural contemporâneo que, aparentemente, refutaria tais propostas. Assim, considerando os descompassos existentes entre o produto midiático, a partir do imaginário proposto pelo programa, e o desenvolvimento das histórias individuais dos participantes através da práxis cotidiana performada na tela, investigamos as dinâmicas inerentes ao formato que apontam para a formação de imagens que consolidam e promovem determinados padrões de comportamento e valores por meio da construção de imagens clichês e imagens-lei (Guéron, 2011). Isso ocorre por meio da utilização de imagens clichês e imagens-lei, que perpetuam os ideais do amor romântico, mesmo que estejam em desacordo com as práticas cotidianas contemporâneas ou as motivações reais dos participantes. O arcabouço teórico desta dissertação, além do autor já citado, inclui conceitos e perspectivas de autores como Agnes Heller (2014)[1970] e Erving Goffman (2014)[1956], que exploram o cotidiano, em diálogo com teóricos como Serroy e Lipovetsky (2009; 2015) e Byung Chul-Han (2017a; 2017b; 2021b). Além disso, autores como Renato Noguera (2020), Anthony Giddens (1993), Regina Navarro Lins (2007; 2013; 2017), Jurandir Freire Costa (1998) e bell hooks (2020) são a base para uma compreensão mais profunda das dinâmicas do amor na contemporaneidade. A pesquisa também se baseia no trabalho de Suzana Kilpp (2008; 2013; 2023) e Cosette Castro (2006) para analisar a estrutura dos reality shows, bem como nos estudos de Thomasseau (2005) e Ivete Huppes (2000) para explorar a articulação do modo melodramático. O recorte deve-se à hipótese inicial, mobilizadora da pesquisa, de que este programa conforma em sua narrativa expressões do Eu que se sustentam em representações sobre o amor já aprendidas no dia a dia e que, por meio de suas ações no cotidiano midiático, seria capaz de fabricar novos imaginários para a perpetuação dos ideais do amor romântico, mesmo que em descompasso com a prática cotidiana contemporânea ou com as motivações do elenco de participantes.