Avaliação da sensibilidade de Enterobacteriaceae da microbiota intestinal de frangos de corte submetidos à dieta com nitrofuranos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Praxedes, Carla Inês Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28762
Resumo: Objetivou-se neste trabalho identificar a microbiota intestinal de frangos de corte e avaliar a frequência da sensibilidade de isolados pertencentes à família Enterobacteriaceae, de 52 aves da linhagem Cobb, que foram criadas em galpão experimental e submetidas do 15° ao 23° dia de vida à dieta contendo nitrofuranos. As aves foram divididas em cinco grupos, sendo quatro tratamentos e um grupo controle. No tratamento um, nove aves receberam ração comercial de fase inicial contendo furazolidona, no tratamento dois, 11 aves receberam ração comercial de fase inicial com furaltadona, no tratamento três, 11 aves receberam ração comercial de fase inicial com nitrofurantoína, no tratamento quatro, 12 aves receberam ração comercial de fase inicial com nitrofurazona e no tratamento cinco, nove avesreceberam ração comercial de fase inicial sem medicação. Do 1° ao 14° dia da criação os animais receberam ração comercial de fase inicial e após o 23° diaretornando a alimentação com ração comercial, porém de fase de crescimento, que foi administrada até os 42 dias de vida, quando houve a substituição por ração de fase de finalização, administrada até os 51 dias de vida. No 51° dia de vida foi realizada a coleta de amostras através de suabe cloacal para posterior identificação bacteriana, em seguida transportados em meio cary-blair para isolamento e identificação dos gêneros e espécies através das provas bacteriológicas convencionais e, através dos sistemas Bactray I e II. Foram isoladas e identificadas 142 colônias, sendo posteriormente submetidas ao teste de sensibilidade com os antimicrobianos: furazolidona, furaltadona, nitrofurantoína, nitrofurazona, amicacina, amoxicilina/ácido clavulânico, ampicilina, aztreonam, cefalotina, cefepime, cefoxitina, ceftadizima, ceftriaxona, ciprofloxacina, cloranfenicol, gentamicina, piperacilina/tazobactam sulfazotrim e tetraciclina. Os gêneros e espécies isolados dos frangos tratados com nitrofuranos e do controle foram: Citrobacter spp., Escherichia coli, Escherichia fergusonii, Escherichia Hermannii, Enterobacter aerogenes, Enterobacter aminigenus, Enterobacter cloacae, Enterobacter sakazakii, Hafnia alvei, Klebsiella oxytoca, Klebsiella ozaenae, Klebsiella pneumoniae, Morganella morganii, Proteus spp e Pseudomonas luteola. Entre tratamentos e grupo controle, o maior percentual encontrado foi de Escherichia coli (76%) isoladas no grupo controle, sendo este também o que apresentou menor diversidade de microrganismos, com apenas dois gêneros identificados. Quanto à sensibilidade, todos os isolados apresentaram resistência a dois ou mais antimicrobianos com diferentes perfis de resistência. Observou-se grande resistência aos nitrofuranos, especialmente a nitrofurantoína (100%), nitrofurazona (98,5%) e furaltadona (97,8%). Em relação às outras classes de antimicrobianos, a maior resistência foi à tetraciclina (92,5%) e a maior sensibilidade à amoxicilina/ácido clavulânico (48,1%).A alta resistência a antimicrobianos banidos pela legislação para uso na alimentação animal, como os nitrofuranos e a tetraciclina é uma preocupação de grande relevância para a saúde animal, assim como para a saúde coletiva. Reafirmando-se a importância da não utilização destes fármacos em criações avícolas, pois além dos possíveis efeitos tóxicos, sua utilização em animais pode ser ineficaz pela grande resistência da microbiota das aves.