Identificação de eventos adversos a medicamentos em crianças internadas em um hospital federal de ensino do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Caetano, Simone Cristina Rodrigues de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11773
http://dx.doi.org/10.22409/PPGCM.2019.m.02905683740
Resumo: Os eventos adversos a medicamentos (EAM) são danos que podem afetar o paciente durante o processo de cuidado. Esses eventos podem representar falhas em qualquer etapa de uso dos medicamentos, e são mais frequentes durante hospitalizações, bem como em pacientes pediátricos. A maior vulnerabilidade aos EAM nos pacientes pediátricos justifica a necessidade de identificar e caracterizar esses eventos nesta população. Este estudo tem a finalidade de identificar, quantificar e caracterizar os EAM em crianças hospitalizadas. Trata-se de estudo observacional retrospectivo que utilizou rastreadores para detecção de EAM em uma população pediátrica internada em um hospital federal de referência no atendimento materno infantil. O método foi adaptado da proposta do Institute for Healthcare Improvement (IHI) e baseado em revisão retrospectiva de prontuários, selecionados aleatoriamente, de pacientes que tiveram alta da enfermaria de pediatria no período de janeiro a dezembro de 2016. A identificação dos EAM foi realizada nas três etapas: (1) identificação de rastreadores; (2) identificação de EAM; e (3) avaliação para confirmação do EAM através de reuniões de consenso entre especialistas. As 133 internações foram selecionadas aleatoriamente das 348 altas ocorridas durante o período do estudo. A amostra corresponde a pacientes com idade mediana de 1,7 anos (IIQ: < 0,1 - 3,8), sendo a maioria (52,6%) do sexo masculino. Dezessete internações apresentaram 31 EAM, o que representa uma proporção de 12,8% dos pacientes com EAM e taxas de 23,3 EAM/ 100 internações e 19,7 EAM por 1.000 pacientes-dia. Os eventos foram mais frequentes com o aumento da idade. Quanto ao grau de dano, a maioria (93,6%) dos eventos identificados foram classificados na categoria E, ou seja, causaram danos temporários para o paciente com necessidade de intervenção. A classe farmacológica mais implicada nos EAM identificados foi a dos antibacterianos para uso sistêmico. Os rastreadores “uso de difenidramina”, “uso de fitomenadiona” e “excesso de sedação/letargia/queda/hipotensão” obtiveram alto rendimento já que, em todas as vezes que ocorreram, estiveram associados a um EAM. Este estudo sugere que a inclusão dos rastreadores “prurido” e “diarreia” pode ampliar a capacidade de identificar EAM na população pediátrica estudada. Observou-se que um número significativo das crianças apresentou um EAM. Isso indica a utilidade do emprego de lista de rastreadores para identificação e monitoramento de eventos nesta população.