Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Fabretti, Sandra de Carvalho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-20122016-122613/
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Resumo: |
Introdução - Os recém-nascidos são considerados vulneráveis a eventos adversos a medicamentos pela imaturidade fisiológica, pela necessidade de se considerar as proporções corporais ao determinar dosagens de fármacos, pelas limitações práticas durante a administração medicamentosa e pela alta proporção de medicamentos utilizados para o seu tratamento quando em cuidados hospitalares. Além disso, a população de recém-nascidos geralmente não é incluída nos estudos clínicos de utilização de medicamentos. Neste contexto, a terapêutica farmacológica em recémnascidos termina na extrapolação das informações que levam à aprovação do registro de medicamentos para uso em adultos ou em crianças mais velhas. Apesar da relevância do tema, a identificação dos eventos adversos relacionados a medicamentos em hospitais ainda é realizada por meio da notificação voluntária. Estima-se que este método detecte apenas de 5 a 10 por cento dos eventos adversos por medicamentos ocorridos em uma instituição de cuidado à saúde. Uma ferramenta conhecida como trigger foi demonstrada como uma técnica mais efetiva em relação ao convencional sistema de notificação voluntária em pacientes hospitalizados. Um trigger é definido como um rastreador encontrado a partir da revisão de prontuários de pacientes, permitindo selecionar os registros nos prontuários os quais existe maior probabilidade de ter ocorrido um evento adverso a medicamento. Objetivo - Utilizar rastreadores para a identificação de eventos adversos a medicamentos (EAM) em recém-nascidos hospitalizados. Métodos Trata-se de um estudo de coorte prospectivo observacional. A pesquisa foi realizada no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, nas unidades de cuidados intermediários neonatal convencional e terapia intensiva neonatal, durante o período de março a setembro de 2015. Foram incluídos os recém-nascidos hospitalizados que utilizaram medicamentos durante a internação. Uma lista de rastreadores foi desenvolvida para ser utilizada na identificação de EAM nesta população. Os prontuários dos recémnascidos eram avaliados, a fim de detectar primeiramente a existência de um rastreador. Se o rastreador fosse encontrado, era registrado e seguia-se com uma revisão mais detalhada à procura de possíveis EAM relacionados. Os recém-nascidos foram acompanhados até a sua alta ou até completarem 29 dias de vida. O desempenho de cada um dos rastreadores para identificar EAM foi calculado. As frequências dos EAM foram determinadas. As características dos eventos adversos e dos medicamentos relacionados foram descritas. Resultados O estudo incluiu 125 recém-nascidos. Foram encontrados 925 rastreadores, que foram positivos 208 vezes para identificar suspeitas de eventos adversos a medicamentos e que corresponderam ao número final de 115 EAM. A taxa de rendimento geral dos rastreadores foi 22,5 por cento. A incidência geral de EAM foi 46,4 por cento (IC 37,6; 55,1). A taxa geral de EAM por 1000 pacientes-dia foi 81,6 (IC 67,4; 98,0). Os EAM mais frequentes foram: diarreia (29,6 por cento), vômito (23,5 por cento), hipersedação (7,0 por cento) e hiperglicemia (5,2 por cento). Os medicamentos mais frequentes associados aos EAM foram: antibióticos (39,4 por cento), analgésicos (13 por cento), vitaminas (12,5 por cento), cafeína (11,1 por cento) e psicolépticos (8,7 por cento). Entre os rastreadores de alto desempenho destacam-se: hipersedação, prescrição de metadona/lorazepam e prescrição de flumazenil. Estes rastreadores identificaram EAM relacionados aos analgésicos e psicolépticos, duas das classes terapêuticas mais implicadas em EAM neste estudo. Conclusões - Os EAM mais frequentes identificados pelos rastreadores foram: diarreia, vômito, hipersedação e hiperglicemia. Os medicamentos mais frequentes associados a EAM foram: antibióticos, analgésicos, vitaminas, cafeína e psicolépticos. A incidência geral de EAM de 46,4 por cento e a taxa de incidência foi 81,6 EAM por 1000 pacientes-dia. A busca ativa de EAM por rastreadores permite uma análise focada de elementos específicos nos prontuários de pacientes. Este tipo de pesquisa permite a identificação de um maior número de EAM que podem passar despercebidos em simples revisão de prontuários. |