A politica econômica externa e a política doméstica: a crise da dívida externa brasileira no final do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lima, Delcio Machado de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8262
Resumo: O objetivo desta dissertação é estudar a interseção existente entre a política econômica externa brasileira e a política doméstica e seus efeitos internos. Isto é feito por intermédio do estudo da crise da dívida externa, um episódio diferenciado na história recente do Brasil por seus aspectos políticos, econômicos e simbólicos. O foco é sobre a política econômica externa brasileira entre 1982 e 1994, período que caracteriza a crise. Durante a crise, os acordos com o FMI em torno da dívida externa foram percebidos na agenda política doméstica como recessivos e prejudiciais à economia brasileira. Em conseqüência, ocorreu uma intensa politização da dívida externa e os interesses do Executivo e do Congresso Nacional divergiram nesta questão. A teoria do jogo dos dois níveis de Robert Putnam, utilizada nesta dissertação, permitiu avaliar o grau de influência de cada um desses atores políticos nas negociações durante a crise da dívida externa. O Executivo aparece insulado em suas decisões e o Congresso Nacional reagia às políticas de gestão da dívida. A análise dos objetivos e estratégias contrastantes dos negociadores brasileiros e dos representantes dos credores internacionais, periodizada pelos governos da época, serve de base para mostrar as dificuldades nas negociações e as divergências no período inicial de tentativas de entendimento entre as duas partes. Estuda-se também as circunstâncias supervenientes, que permitiriam a credores e devedores chegarem ao acordo definitivo, mais de uma década após o início das negociações. Na conclusão, é mostrado que o insulamento burocrático do Executivo não foi absoluto e que ele mostrou-se adequado para a solução da crise da dívida no final do século passado. Mas, nos dias correntes, em um contexto de plenitude democrática, esse procedimento não encontraria mais legitimidade