O Neoliberalismo na Argentina (1976-2007)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Martins, Carlos Gilberto de Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-22012021-193002/
Resumo: No fim dos anos 1990, a Argentina foi assolada por uma grave crise econômica. Com um endividamento recorde, o Estado não conseguiu atender às necessidades mais básicas da população. Junto com o desemprego, os índices de pobreza e desigualdade também dispararam. O caos econômico e social levou a população às ruas. Os anos 2000 começaram com sucessivas trocas de governo e com uma série de conflitos entre o Estado e setores da sociedade. O cenário só começou a se reverter com a decretação da moratória da dívida em 2002. O objetivo deste trabalho é investigar os resultados de políticas econômicas e sociais aplicadas sob os governos neoliberais na Argentina. A administração da dívida pública esteve sempre conectada com ações que afetaram o desenvolvimento dos setores produtivos e que produziram resultados negativos nas áreas sociais. Por isso, a dívida pública é o objeto central de nossa análise. Documentos oficiais trocados entre o governo argentino e o Fundo Monetário Internacional (FMI), comprovam a atuação desta instituição na implementação das reformas neoliberais no país. O neoliberalismo levou a Argentina ao caos econômico e social no fim dos anos 1990. A dívida externa pública, que deu um salto extraordinário ao longo do governo militar de 1976, deixou o país à mercê das exigências do FMI, retirando autonomia de ação do Executivo Federal. A abertura do mercado financeiro e do mercado comercial, as privatizações das estatais, a política de austeridade, a reforma da previdência e o endividamento crônico, só foram possíveis em função da \"paralisia\" do Legislativo Federal e da Suprema Corte de Justiça. Todas essas ações, sustentamos, tiveram como objetivo principal liberar recursos para o cumprimento dos serviços e amortizações da dívida. Disto concluímos que, o desequilíbrio de poder entre as instituições permitiu a realização de reformas que produziram bens privados em detrimento da realização de bens públicos. As ações predatórias fizeram a renda da população argentina despencar, ao mesmo tempo em que a parcela mais rica da população ampliou seus ganhos e que os credores internacionais colheram os lucros da especulação no mercado financeiro local.