Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Giunti, Débora Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/37631
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Resumo: |
Compreendendo reality shows como espaço privilegiado para investigar imaginários e produções de sentido que estruturam a sociedade, esta pesquisa visa investigar os tensionamentos de gênero implícitos na cultura do cancelamento, em narrativas sobre participantes femininas no Big Brother Brasil. A partir da centralidade do cotidiano midiatizado e da inserção de figuras com visibilidade midiática no elenco do programa, serão analisados dois pares de participantes das edições 20 e 21, de modo a seguir pistas envoltas nas camadas de seus processos de cancelamento operado por um Tribunal da Internet que, ao tentar definir inocentes, culpados, punições e absolvições, se coloca na posição de corte suprema, que, dotada de poder, tudo vê e julga. Entretanto, essa prática nem sempre é uma forma de justiça social e, muitas vezes, pode atuar como mais um instrumento de opressão contra o feminino a partir de assimetrias de gênero camufladas de entretenimento. Enquanto mulheres são execradas, por que seus pares masculinos parecem ser recompensados por transgressões? De que maneira realities participam da (re)produção de valores hegemônicos e contribuem para a naturalização dessas violências simbólicas, influenciando imaginários misóginos? Em busca de respostas, emprega-se um desenho metodológico híbrido que reúne revisão bibliográfica exploratória, coleta de dados e análise de conteúdo (BARDIN, 2011) no Twitter, com base em episódios empíricos e inspiração em procedimentos da análise de redes sociais, que selecionou os 200 tuítes analisados a partir de critérios quali-quantitativos, bem como definiu como corpus de análise os casos de Bianca Andrade, Pétrix Barbosa, Karol Conká e Nego Di. Apoiado em lógicas dicotômicas que oscilam entre o ativismo e o ódio, os principais resultados apontam que o Tribunal da Internet reproduz assimetrias de gênero e violências simbólicas contra a mulher em um processo de ritualização potencializado pelo voyeurismo midiático intrínseco aos reality shows. Entre a promessa de responsabilização e a prática de violência simbólica, sinaliza-se que a cultura do cancelamento tende a revelar menos sobre justiça e mais sobre poder — um poder que, em nome do progresso, perpetua antigas hierarquias, enquanto vende a ilusão de um espaço igualitário. |