Antígenos de parede celular e exoantígenos de Histoplasma capsulatum: análises químicas e do potencial imunomodulador em modelo murino de histoplasmose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Giulia Maria Pires dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6128
Resumo: A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo fungo termodimórfico Histoplasma capsulatum var. capsulatum. Este micro-organismo é prevalente nas Américas, sendo encontrado no solo contaminado com fezes de morcegos e aves. Essa doença é umas das mais reportadas como causa de morbidade e mortalidade entre indivíduos imunossuprimidos, pois os medicamentos ministrados para conter a infecção geralmente tem pouca eficácia nessa população. A parede celular é uma estrutura essencial para os fungos, uma vez que mantém a viabilidade e morfologia celular, além de proteger a célula fúngica contra danos mecânicos. Na sua porção mais externa, apresenta moléculas glicosiladas que estão envolvidas em importantes funções biológicas relacionadas com a virulência e a patogenicidade, além de ser uma fonte significante de antígenos. H. capsulatum ainda tem a capacidade de secretar antígenos para o meio, e tais macromoléculas imunogênicas são produzidas durante o seu desenvolvimento, elicitando respostas imune humoral e celular no hospedeiro. Apesar de serem utilizados em testes diagnósticos, seu papel na patogenicidade ainda não é bem estabelecido. Visto a importância destas moléculas, este trabalho teve o objetivo de caracterizar quimicamente os antígenos extraídos da parede celular e do filtrado de cultura de leveduras de H. capsulatum, avaliando o possível envolvimento desses antígenos na modulação da resposta imune do hospedeiro. Nossos resultados demonstraram que tanto o peptideopolissacarídeo bruto extraído da parede celular de H. capsulatum, quanto o filtrado celular (exoantígenos) são compostos, majoritariamente, por galactose e manose, sugerindo uma galactomanana. No presente trabalho, analisamos também a produção de óxido nítrico (NO) durante a infecção de macrófagos por leveduras de H. capsulatum, e o papel do peptideopolissacarídeo bruto e dos exoantígenos nesta produção. Os exoantígenos de H. capsulatum foram capazes de estimular uma maior liberação de NO por macrófagos, quando comparado ao controle. Também foi observada a liberação de citocinas pelos macrófagos peritoneais de camundongo C57BL/6. Foi comprovada a produção de IL-1β pelos macrófagos após estímulo por ambas as moléculas e IL-10 pelos exoantígenos. Em experimentos “in vivo”, foi observado que ambas as moléculas estimulam a liberação de NO, quando comparados a animais apenas infectados com H. capsulatum, além de estimularem a liberação de IL-4, IL-6 e IL-10. Os resultados encontrados sugerem que ambas as moléculas exarcebam a infecção no hospedeiro murino. Portanto os estudos sobre o peptideopolissacarídeo bruto e exoantígenos são importantes, pois podem contribuir para o conhecimento dos possíveis mecanismos envolvidos na interação do fungo patogênico com o hospedeiro.