Histoplasmose em pacientes com HIV/AIDS atendidos em Unidade de Referência no Amazonas: características clínico-epidemiológicas e avaliação da presença de Histoplasma capsulatum em fontes ambientais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Menezes, Márcia Larissa Pereira de
Orientador(a): Matsuura, Ani Beatriz Jackisch
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49711
Resumo: Introdução: A histoplasmose é uma doença fúngica comumente observada em pacientes com AIDS como uma doença oportunista negligenciada em muitos países, especialmente na América Latina, incluindo o Brasil. Existe importante relação com fatores ambientais, mesmo em áreas urbanas, onde a sua incidência tem aumentado. Objetivo: Descrever as características clínico-epidemiológicas de pacientes com histoplasmose disseminada e com HIV/AIDS e avaliar a presença de Histoplasma capsulatum em fontes ambientais. Métodos: Foi realizada uma revisão de prontuários de pacientes com HIV-AIDS associados a histoplasmose, atendidos na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado – FMT-HVD, no período de 2017 a 2019, assim como a coleta de amostras ambientais dos domicílios destes pacientes e em outras fontes ambientais. Essas amostras foram submetidas a técnica de extração de DNA utilizando kit comercial PowerSoil e em seguida analisadas em PCR em tempo real. Resultados: O total de 62 pacientes preencheram os critérios de inclusão com diagnóstico de coinfecção AIDS e histoplasmose, o que corresponde a 4,5% dos casos de AIDS detectados no período. Destes, 68% eram do sexo masculino, com média de idade de 36 anos, baixa escolaridade e em 47% o diagnóstico de AIDS e histoplasmose ocorreu simultaneamente. A mortalidade foi de 45% sendo que 57% destes pacientes não faziam uso regular da HAART e apenas 54% chegaram a iniciar o tratamento com Anfotericina B, não sendo mais possível reverter o quadro clínico, provavelmente devido ao comprometimento imunológico que se encontravam, pois 100% dos pacientes que evoluíram ao óbito tiveram a contagem de células CD4+ < de 100 cél. /mm3. Os principais sintomas encontrados foram respiratórios, gastrointestinais e o emagrecimento. Os casos estavam distribuidos de forma ampla na área urbana da cidade de Manaus/AM com alguma predominância nas regiões Norte (29%) e Leste (19%). Foram coletadas 58 amostras ambientais, divididas entre 12 de domicílios de pacientes com histoplasmose e 46 de outras fontes ambientais, não sendo detectado a presença de Histoplasma capsulatum em nenhuma das amostras. Conclusão: A coinfecção AIDS/HD é comum e com altas taxas de mortalidade, e 80% dos pacientes informaram residir em áreas urbanas de Manaus, mesmo que a histoplasmose epidemiologicamente seja mais comum em áreas rurais. Nossos resultados evidenciam a importância de mais estudos ambientais para que desta forma seja possível um melhor entendimento da ecoepidemiologia da histoplasmose no Amazonas, assim como se apropriar cada vez mais da técnica de biologia molecular.