Gayfaceless: da rostidade homossexual à heteroplastia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fragoso, Paulo Alan Deslandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21659
Resumo: Esta pesquisa tem como propósito discutir o fenômeno aqui denominado como gayfaceless, que é o processo de rostificação gay desenvolvido nas interações cotidianas. O termo está associado ao fato de não se exibir a materialidade do rosto entre homens em espaços de homossociabilidade. O objetivo aqui proposto é investigar como as rostidades são desenvolvidas frente aos estigmas da identidade homossexual. A visibilidade do rosto será problematizada em seus efeitos, com o intuito de se refletir como o controle é operado pelos dispositivos de vigilância para gerir a vida de quem é observado. A partir da ideia de ―enquadre‖ goffmaniana e do conceito de ―rostidade‖ deleuziano são propostos questionamentos sobre as aparições públicas de homens que evitam expor seus rostos. O trabalho procura trazer uma nova perspectiva sobre a atuação das instituições sobre o controle de sexualidades tidas como dissidentes e suas novas configurações eróticas em territórios similares aos descritos por Richard Parker (2002) entre a década de 80 e 90, mas também avançando para espaços contemporâneos online. A partir de uma inspiração etnográfica pelos espaços de fluxo da cidade do Rio de Janeiro, envolvendo dos transportes urbanos aos banheiros públicos, bem como de ambientes da cultura digital, focando principalmente no aplicativo geossocial Grindr, algumas práticas sexuais são mapeadas e associadas aos dispositivos de vigilância e controle da sexualidade que estão circunscritos nestes territórios. A arquitetura, iluminação, aproximação, construção de perfil (no caso do aplicativo), dentre outros elementos são analisados para desvendar a dinâmica do olhar nas interações face a face e mediadas pela tecnologia móvel entre homens que desejam praticar atos sexuais. Por fim, é investigado como um outro fenômeno, a heteroplastia, se associa com valores heteronormativos para tentar mascarar identidades hegemônicas.