Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
CARNEIRO, Thiago César da Costa |
Orientador(a): |
GRIGOLETTO, Evandra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49309
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Resumo: |
Nas atuais condições de produção, cada vez mais sujeitos, em nossa formação social, são adeptos de redes sociais, especialmente dos aplicativos de relacionamento. Desde a sua criação em 2012, o Grindr, aplicativo de relacionamento homoerótico, tem seus números de usuários cada vez maiores. Com mais de 50 milhões de downloads realizados, o aplicativo abriga espaço para a constituição heterogênea de sujeitos. Sujeitos, em sua maioria homens, que se inscrevem no aplicativo buscam a mercantilização do corpo, incitando o desejo do outro, do sujeito- usuário possível. De acordo com Vinhas (2021), o sujeito constitui-se enquanto imagem de seu corpo, isto é, o corpo é o corpo de um sujeito, de modo que a ideologia também o atravessa e o faz significar (VINHAS, 2014). Busco analisar, com este trabalho, inscrito no dispositivo teórico-metodológico da Análise de Discurso de Michel Pêcheux, o funcionamento do discurso da mercantilização do corpo a partir de discursividades selecionadas nesse aplicativo de relacionamento. Para isso, retomando pressupostos teórico-metodológicos da AD pecheuxtiana, no primeiro capítulo, discuto a noção de corpo, materialidade, linguagem, ideologia, etc., analisando três perfis em que identifico um processo de venda do corpo. Já no segundo capítulo, apresento as noções de espaço virtual, mídias digitais, entre outros, com vistas a descrever as funcionalidades do Grindr. Nesse capítulo, analiso o funcionamento das telas e abas do aplicativo, com o objetivo de entender os movimentos de subjetivação do sujeito que aí se realizam. Por último, no terceiro capítulo, com recortes feitos a partir do Grindr, trabalho com materialidades que textualizam o corpo masculino como objeto do desejo do outro, de maneira que o corpo desliza para o corpo-mercadoria. Mesmo que o corpo, nas relações de trabalho, sempre tenha se submetido à opressão do capital, esse funcionamento, agora, se apresenta de uma outra maneira: o corpo mercantilizado no Grindr se entrelaça a um funcionamento da ideologia, em sua forma mais perversa (GRIGOLETTO, 2017), que faz o sujeito acreditar na sua liberdade, já que, no contexto das mídias sociais digitais, não haveria um outro sujeito que estivesse sob o seu controle. A partir do trabalho analítico, entendo que o corpo, materialidade do sujeito, atravessado pela mercantilização, desliza para o corpo-mercadoria, que, através dos movimentos do sujeito na rede, significa por seu enredamento inseparável à ideologia, recoberta por uma camada digital, que permite que o capital produza outras formas de dominação. |