Identidade de defesa Sul-americana: perspectivas de alinhamentos estratégicos frente às novas ameaças no pós Guerra Fria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ramos, Alexandre Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31760
Resumo: A presente tese visou analisar a existência de uma identidade de defesa na América do Sul, em face de uma nova ordem no sistema internacional após a Guerra Fria, aqui configurada pela dissolução da URSS, até os dias atuais, com a eclosão de novas ameaças e de alterações geopolíticas globais, em uma perspectiva de alinhamentos estratégicos dos países da região. A pesquisa tem relevância e se justifica pelo fato de que a construção de uma identidade de defesa regional possibilita a confiança mútua e, por conseguinte, a manutenção da paz no subcontinente, além de representar efeito dissuasório frente a interferências externas na região. A abordagem partiu do pressuposto de que somente após a Guerra Fria a construção de uma identidade de defesa mostrou-se possível no cenário sul-americano, haja vista que - em um sistema internacional inicialmente de tendência de poder unipolar (EUA), mas que caminhou para seu enfraquecimento com crescentes alinhamentos bilaterais já no final do século XX e nas duas primeiras décadas do século XXI – os países limítrofes passaram a identificar soberanamente ameaças externas à região e definir seus objetivos nacionais, na maioria dos casos de maneiras homogêneas, levando a adoção de ações adequadas à persecução daqueles objetivos; ações estas limitadas a suas respectivas capacidades de projetar poder externamente. Tal postura contrastou com a adotada durante o conflito bipolar, haja vista que a forte influência norteamericana perpetrada pela Doutrina Truman induziu alinhamentos àquela doutrina, porém não ofereceu as condições para a construção de um perfil identitário autônomo em matéria de defesa sul-americana. Em face do exposto, a metodologia considerou, inicialmente, caracterizar identidade de defesa, por intermédio da pesquisa e da análise de elementos estruturantes, quais sejam: a) percepções similares de ameaças, por intermédio da análise dos normativos de defesa e segurança dos países selecionados; e b) capacidades geopolíticas proporcionalmente não conflitantes, utilizando-se de mensuração realizada em auditoria elaborada pelo Henry Jackson Society, um think tank de política externa e segurança nacional. Tais análises combinadas levaram a conclusão de que as ameaças percebidas pelos países da região são, na maioria das vezes, homogêneas e as capacidades geopolíticas estão em harmonia e em proporcionalidade no exercício de suas relações apontando para a existência, portanto, de uma identidade de defesa latente na região amparada por duas “potências regionais”, o Brasil e o Chile.