O Herói do proletariado: a guerra fria nos quadrinhos do Superman soviético

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nascimento, Bruno Alves do lattes
Orientador(a): Coelho, Fabiano lattes
Banca de defesa: Barros, José Costa D'Assunção lattes, Perli, Fernando lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em História
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5313
Resumo: A presente dissertação analisa o universo construído por Mark Millar na História em Quadrinhos Superman – Red Son (Superman: entre a foice e o martelo, em português brasileiro), bem como as representações construídas pelo autor e pela editora – DC Comics – acerca do período histórico da Guerra Fria (1945-1991) e das relações geopolíticas conflituosas entre Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Sendo assim, a pesquisa objetiva problematizar as representações construídas sobre o período histórico da Guerra Fria, bem como analisar a maneira como os EUA do personagem Lex Luthor e a União Soviética de Batman e Superman são representados, atentando para como a política e a sociedade soviéticas são construídas narrativamente nos quadrinhos, considerando que o lugar social de produção da revista é, originalmente, os Estados Unidos da América. Nesse sentido, o trabalho demonstra que a partir de suas leituras e percepções políticas como um autor de esquerda, Mark Millar elabora uma representação orwelliana do Superman soviético. Baseando-se em textos de literatura de ficção distópica, o autor escocês representa a União Soviética como uma distopia totalitária, enquanto seu personagem principal, Superman, adquire características de anti-herói na medida em que se aproxima das funções burocráticas do Estado comunista. A problematização da fonte, entendida também como objeto, ocorrerá a partir da utilização de conceitos como tragédia, utopia, distopia, representação e totalitarismo, dialogando com autores clássicos de literatura de ficção distópica, como George Orwell e Ievguêni Zamiátin. Dentre os materiais coletados estão os quadrinhos originais, publicados nos EUA em três volumes no ano de 2003; a New Edition americana, publicada em 2014; a Versão Definitiva, publicada no Brasil pela editora Panini Comics em 2017; a HQ Action Comics No. 1, de Jerry Siegel e Joe Shuster, publicada pela DC, nos EUA, em 1938; textos escritos e entrevistas concedidas por Mark Millar; além de textos elaborados por analistas brasileiros acerca do personagem estudado. A maior parte desses materiais se encontra em formato digital na internet. A perspectiva analítica das fontes comparou elementos presentes na primeira aparição do homem de aço, em 1938, com aqueles construídos por Millar em Red Son. Partindo de textos escritos e entrevistas concedidas pelo autor, o trabalho se debruçou na tentativa de entender a maneira como Mark Millar pensou sua produção. Por fim, foram utilizados conceitos de Arendt para compreender as representações construídas nos quadrinhos de Red Son e a forma como essas representações se aproximam da percepção que coloca a URSS como distopia totalitária. A pesquisa espera ampliar as possibilidades de estudo dos quadrinhos como fontes e objetos para a História, bem como contribuir com os estudos das representações e com a historiografia acerca da Guerra Fria.