Transitivização de desparecer sob uma ótica cognitivo-funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lopes, Monclar Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9514
Resumo: Esta tese visa à descrição do processo de transitivização do verbo desaparecer no português brasileiro. Tal verbo, a despeito de ser considerado intransitivo na literatura tradicional (mais especificamente um verbo inacusativo, na medida em que apresenta um sujeito gramatical de papel paciente), apresenta-se frequente em construções transitivas na sincronia atual. Defende-se que tal mudança representa um processo de gramaticalização e construcionalização, motivado, sobretudo, pela estrutura conceptual humana. Nessa perspectiva, assume-se que adjuntos adverbiais com propriedades de causação (como as circunstâncias de “causa” e “instrumento”) são promovidos à posição de sujeito, partindo-se de uma construção “SUJEITO -CAUSAÇÃO + VERBO + ADJUNTO ADVERBIAL +CAUSAÇÃO ” para uma outra: “SUJEITO +CAUSAÇÃO + VERBO + OBJETO - CAUSAÇÃO ”. Tal hipótese pôde ser confirmada, na medida em que adjuntos com propriedades semânticas de causação podem apresentar-se em uma nova construção em que passam a funcionar como sujeito e o sujeito gramatical, como objeto, como podemos comprovar nos corpora analisados. Não obstante, vale ressaltar que esse processo de construcionalização (isto é, de uma FORMA NOVA - SENTIDO NOVO ) é escalar, e não abrupto. Nesse sentido, num primeiro estágio, os adjuntos adverbiais com propriedades semânticas de causação – como os de “causa” e “instrumento” – passam por um processo de analogização, no qual são interpretados semanticamente como um tipo de argumento do verbo, muito embora ainda mantenham a mesma estrutura morfossintática. Num segundo estágio, procede-se à transitivização (neoanálise), na medida em que se efetua mudança tanto na estrutura semântica quanto na morfossintática