Análise da política de álcool, crack e outras drogas: a quem pertence o corpo drogado?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Maria Alice Bastos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16768
https://dx.doi.org/10.22409/PACCS.2019.d.62236792700
Resumo: No Brasil as análises de políticas públicas de saúde vêm se materializando, apoiadas em estudos que visam à construção e a institucionalização do Sistema Único de Saúde nas diferentes áreas. No campo de álcool, crack e outras drogas identificou-se, além das políticas de saúde um apelo mundial para que os territórios das especialidades da saúde promovam novas tecnologias de atenção neste cenário, produzindo tensão no mercado e no campo da saúde, ao criar mecanismos disciplinares. Neste contexto o estudo teve por objeto a Política Álcool, Crack e outras Drogas, na lógica do bio-poder e na dinâmica micropolítica, na produção de valores e mecanismo de enunciados discursivos e estratégias de ações que constituíram os serviços de saúde mental de Niterói. Neste sentido optou-se por produzir um estudo na linha da pesquisa qualitativa com o referencial de Nietzsche, Foucault e Deleuze, que compuseram um caminhar genealogista, capturando elementos que emergiram do trabalho exaustivo sobre documentos, na produção de pistas, na disposição dos fluxos e diagramas das forças em disputa, associado à produção do plano de imanência e da implicação da pesquisadora tendo por objetivo analisar a construção das políticas de álcool e outras drogas, a produção de enunciados e valores que constituíram os serviços de saúde mental centrados nos usuários de álcool em Niterói, município de Rio de janeiro, entre os anos 2001 a 2015. O que fez emergir forças e seus mecanismos discursivos, em que os valores foram percebidos nos interstício entre as forças e os dispositivos de poder que compõe o processo de institucionalização da Política de Álcool, Crack e outras Drogas. O trabalho sobre as implicações da pesquisadora seguiu no caminho da autoanálise, do uso da memória, se despir de pudores, interrogar valores, se tornar objeto do estudo, diluir a relação sujeito – objeto para produção do conhecimento ultrapassando a fronteira entre sujeito implicado e o sujeito epistêmico. O importante foi perceber algumas pistas que vieram do território e se tornaram elementos relevantes para análise. Desta forma constituiu-se a experiência de aproximação da genealogia ao analisar a política compondo o caminho possível na produção do “conhecimento militante”. O estudo possibilitou perceber que a Política Álcool, Crack e outras Drogas induziram conflitos no contexto da redemocratização através do discurso da “redução de danos”. Forças que impeliram ações junto ao movimento de proibição ao uso de drogas compondo um único território. Grupos que se movimentaram através de mecanismos instituídos, instituintes e falsos instituintes, compondo micro-relações na dinâmica do biopoder. As forças da Redução de Danos reatualizaram o sentido do “corpo drogado”. O que levou a pesquisadora considerar o processo do estudo em aberto, pois as interrogações se multiplicaram em relação aos fluxos das forças proibicionistas que se fortaleceram no sentido da criminalização dos usuários. O estudo contribuiu para a Ciência do Cuidado em Saúde na medida em que a análise de políticas visou o incremento da produção do cuidado em saúde para a população usuária de álcool, crack e outras drogas