Decisões sobre o uso da terra em uma economia monetária da produção: uma abordagem pós-keynesiana do efeito indireto sobre o desmatamento na Amazônia legal no período 2002-2011

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Alvarenga Junior, Marcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35144
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar as mudanças indiretas no uso da terra como indutoras do processo de desmatamento na Amazônia Legal no período 2002-2011. Para tal, parte-se de um referencial teórico que entende a decisão sobre o uso da terra como uma decisão de acumulação de riqueza em uma economia monetária da produção, por meio da qual os agentes estabelecem uma ponte entre duas posições em moeda, a corrente e a futura. Através da Teoria de Escolha de ativo de Keynes, sustenta-se que o diferencial de rentabilidade entre a soja e a pecuária tem sido funcional para deslocar o rebanho bovino para áreas novas de floresta. De fato, a partir da análise das taxas de expansão anuais do efetivo bovino e da área plantada com soja na região amazônica, foi possível encontrar uma série de municípios para os quais o crescimento acelerado da área cultivada com o grão ocorreu concomitantemente à retração do rebanho bovino ou ao crescimento deste abaixo da taxa média brasileira, ou das demais taxas de corte. Para o caso específico do Mato Grosso, foi possível observar um decrescimento das áreas de pastagem na região central e sul do estado, exatamente nas localidades onde as áreas de lavouras temporárias, especialmente a soja, se expandiram em ritmo mais acelerado, e onde o preço médio da terra é mais alto. Em contrapartida, no extremo norte do estado, as áreas de pastagem cresceram substancialmente, impulsionadas pelos preços relativamente mais baixos da terra e, possivelmente, pelas possibilidades de apropriação deste ativo nas áreas de fronteira agrícola nova. Esse crescimento assimétrico do rebanho e das áreas de pastagem no Mato Grosso terminou rebatendo nas taxas de desmatamento, que se deslocaram na mesma direção que o gado, de modo que as regiões de Aripuanã, Vila Rica e Alta Floresta, redutos do crescimento da pecuária mato-grossense, concentraram cerca de 60% do incremento da área desmatada no período analisado.