“O último dos panfletários brasileiros”: Carlos Lacerda e a memória dos jornalistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Medeiros, Fabrício Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25072
Resumo: A trajetória de Carlos Lacerda (1914-1977) é marcada por uma série de ambivalências expressas em sua atuação jornalística e política. Em relação à imprensa, demonstrou que ela poderia servir para questionar a ordem vigente e apelar para a restrição das liberdades em determinadas circunstâncias. E no que tange à política, projetou-se como o maior adversário do getulismo, defendendo a necessidade da instauração de regimes de exceção que viabilizassem a realização de reformas saneadoras do sistema político. Aliás, sua derrocada como homem público ocorreu justamente no bojo da institucionalização do regime militar pós-1964, para cuja implantação Lacerda tanto contribuiu, mas do qual logo se distanciou. Esta pesquisa tem como proposta principal examinar a memória de jornalistas sobre esse personagem construída após o seu falecimento, em 21 de maio de 1977, buscando compreender como a trajetória jornalística e política de Carlos Lacerda foi enquadrada por seus pares. De que modo a relação de Lacerda com a democracia aparece nas narrativas jornalísticas? E o que essa memória pode dizer ou sugerir a respeito da própria identidade da imprensa brasileira? Analisando a bibliografia especializada, livros-memória, artigos, editoriais e depoimentos de jornalistas, pretende-se lançar luz sobre o espaço ocupado pelo diretor da Tribuna da Imprensa na memória jornalística e os motivos de se produzir majoritariamente determinada lembrança e não outra. Como hipótese central, sugerimos que a memória sobre Carlos Lacerda, tecida entre os seus pares na imprensa carioca e paulista, é marcada por uma tentativa de afirmar a sua dimensão liberal-democrática e a dos próprios jornais e jornalistas em um período de transição política, a partir de uma operação de silenciamento relativo à ambivalência do compromisso de Lacerda e da imprensa com as instituições e os valores democráticos.