A educação através dos fanzines do movimento punk: anarquismo e consciência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Ribera, Hélio Jorge Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37635
Resumo: Esta tese tem como objetivo adentrar às fontes do Movimento Punk no Brasil, os fanzines da década de 1980 até meados da década de 1990. Em paralelo, ampliaremos nossas perspectivas de análises sobre os jovens punks a partir de uma atualização de suas falas e produções intelectuais. Este mergulho nos fanzines investigará a presença de uma intersecção da educação libertária em sua produção intelectual, dialogando com as referências teóricas que sustentam nossas análises a partir dessas fontes. Também estabeleceremos uma atualização dos pensamentos desses jovens (de origem popular) e como trabalharam sua trajetória ao longo de 40 anos. Investigaremos se o caráter socializante, crítico e com teor político de nossos protagonistas se mantiveram ao longo do tempo, principalmente após a ascensão política de uma extrema-direita no Brasil. Observaremos como os temas anarquia e educação libertária se desenvolveram entre eles e se os mesmos acompanharam os jovens em sua história. Tal indagação surgiu a partir da leitura do historiador inglês Eric Hobsbawm. Ele afirma que, na década de 1980, a indústria fonográfica realizou grande volume de vendas no segmento do rock em países menos politizados. Esta pesquisa, ao propor a atualização sobre o pensar dos jovens punks, tem na colocação do historiador uma questão a ser instrumentalizada como suporte para nossa hipótese. Acreditamos que ele não considerou os jovens punks quando realizou tal colocação. Caso não os tenha considerado, ele se referia a outros jovens. Na atual pesquisa também buscaremos identificar quais são os jovens despolitizados do segmento rock mencionados por Hobsbawm em contraposição ao segmento jovem que escapou ao radar do historiador. Acreditamos que esta abordagem contribuirá para o resgate de um segmento social/cultural jovem que, quando não invisibilizado, era ridicularizado pelos grandes meios de comunicação na década de 1980. A continuidade do Movimento Punk ao longo das décadas, em sua evolução e relevância na construção de uma forma de educação espontânea, ganhou novos contornos de luta social nos anos de governo Bolsonaro. Esta tentativa de alinhamento entre o passado e futuro dessa juventude também busca contribuir para a construção de um pensamento de orientação democrática e livre de preconceitos. Em um momento em que redes sociais orientam usuários e jovens a uma inclinação política e social por vezes radicais, consideramos oportuno resgatar a história de uma rede de relações presenciais que busca um movimento oposto.