Vulnerabilidades e desastres: reconstrução e resiliência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Cláudia Gonçalves Thaumaturgo da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24825
Resumo: As alterações climáticas têm aumentado o número de ocorrências de eventos climáticos e meteorológicos extremos em todo o planeta. E, tais eventos, quando associados à precariedade de assentamentos humanos em países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento há a potencialização do perigo, resultando em desastres e causando a perda de bens humanos e materiais. E, o crescimento populacional urbano tem agravado ainda mais essa situação, visto que a magnitude dos danos é proporcional ao adensamento populacional e à vulnerabilidade socioambiental existente no local. Mas, apesar da conscientização mundial a respeito da importância da redução dos riscos de desastres, a necessidade da adoção de estratégias para a mitigação das vulnerabilidades físicas, ambientais e socioambientais das cidades, que potencializam os riscos de desastres, continua sendo negligenciada. E, os problemas socioambientais urbanos têm sido agravados, devido à adoção de um modelo de urbanização neoliberal, de cunho excludente e segregatório, que tem sido um dos fatores responsáveis pelo deslocamento forçado de pessoas em todo o mundo. E a adoção dessas políticas neoliberais em cidades atingidas por desastres tem tornado ainda mais difícil os esforços de recuperação, sobretudo, de populações pobres ou tradicionais, com um conjunto de ações denominado “capitalismo de desastres”, acentuando ainda mais a segregação socioespacial já existente nessas cidades. Após o grande desastre ocorrido em 2011, que atingiu sete cidades da Região Serrana do Rio de Janeiro, causando mais de 900 mortes, o Governo Federal implementou, de 2011 a 2014, vários projetos voltados para a redução dos riscos de desastres, por meio de seus Ministérios. No entanto, a execução a nível local de projetos estruturais de reconstrução pós desastre, nem sempre foi realizada de acordo com os interesses da população atingida, o que gerou insatisfação e conflitos, como os que ocorreram no bairro Córrego D’Antas, em Nova Friburgo-RJ. Este trabalho teve como objetivo analisar os projetos governamentais para a redução de riscos de desastres implementados na Região Serrana, avaliando sua eficácia ou insuficiência; assim como analisar os projetos estruturais que geraram conflitos no bairro Córrego D’Antas, em Nova Friburgo-RJ, e entender como aquela comunidade se organizou para enfrentar os problemas na fase pós-desastre, tornando-se um exemplo de resistência e resiliência. Foi utilizada como metodologia a pesquisa bibliográfica, com o levantamento dos projetos governamentais, assim como foram realizadas para o Estudo de Caso, entrevistas de modelo aberto e fechado com moradores do município e também com as pessoas envolvidas nos fatos ocorridos. Entende-se, enfim, que o desafio dos gestores municipais está não somente em exercer o enfrentamento e resposta a desastres cada vez mais frequentes, em cidades cada vez mais populosas, mas principalmente, na capacidade de promover cidades mais inclusivas, com maior equidade social e ambiental