A atenção psicossocial e as intervenções geradas em contextos de desastre: a experiência de profissionais em Teresópolis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Benevides, Lúcia Rios da Silva
Orientador(a): Oliveira, Simone Santos Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13792
Resumo: Os efeitos de um desastre sobre a saúde se manifestam tanto no físico, quanto no mental e no social. Tradicionalmente, os aspectos emergenciais mais abordados e priorizados em um desastre são: a atenção médica imediata, aspectos de infraestrutura local, aspectos de saneamento básico e o risco de uma epidemia, pouco falando-se sobre os aspectos simbólicos e seus ecos na dinâmica de uma vida em comunidade. Recentemente, a atenção psicossocial vem ganhando espaço na assistência dada em eventos catastróficos. Sendo assim, faz-se necessário discutir a atuação dos profissionais, em destaque aqui o psicólogo e suas técnicas. Em janeiro de 2011, o Brasil vivenciou um dos mais impactantes eventos extremos de sua história: a catástrofe serrana, na qual enchentes e deslizamentos de terra atingiram milhares de pessoas. Este evento até hoje gera desdobramentos políticos, sociais e econômicos para o país, reestruturando instituições e campos de atuação e formação voltados para o agir em competência nos desastres. Buscamos identificar as instituições, suas normas e ações que sustentaram o suporte psicológico aos afetados na cidade de Teresópolis por pelo menos um ano após a tragédia, na perspectiva de contribuir para a atenção psicossocial. Em nossos resultados, observamos que a Psicologia em Emergências e Desastres (PED) possui no país uma predominância da abordagem cognitivista. Poucas interações foram observadas entre a Cruz Vermelha, a Associação de Vítimas, a Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis e os Médicos Sem Fronteiras no município de Teresópolis. Nas considerações finais apontamos que para dar conta desta demanda social e política, a Psicologia em Emergências e Desastres precisa fazer parte dos currículos de formação, na qual as discussões sobre saúde e direito integrantem e fundamentem essa abordagem. É essencial que a psicologia se debruce sobre modos de enfrentamento dos desastres, que contemplem o controle social e público na criação de políticas de prevenção. Uma aposta na potencialização do exercício da cidadania por esses grupos, sem considerar o sofrimento dos afetados como algo crônico e medicalizante, ou mesmo assumir uma postura assistencialista.