A política e a “época das águas”: reflexões etnográficas sobre governos das chuvas em Nova Friburgo (RJ) e os usos e sentidos de desastres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Correa, Maria Suellen Timoteo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25426
http://dx.doi.org/10.22409/PPGA.2020.d.11542099706
Resumo: O presente estudo etnográfico busca apresentar parte do universo da política em Nova Friburgo-RJ, por meio da análise dos usos e sentidos em torno de chuvas e de eventos de desastres na cidade, em diversos períodos ao longo da sua História, dando ênfase aos que ocorreram em 1979 e 2011. A partir de um campo que compreendeu diferentes temporalidades e recortes, a pesquisa se apropria de diversos recursos metodológicos e fontes, como entrevistas e conversas realizadas em campo (2018 e 2019); documentos como ofícios, leis, decretos e relatórios; além de fotos, vídeos, sobremodo matérias de jornais, sites, blogs e de grupos de redes sociais, além de aproveitar parte de material (entrevistas e fotos) recolhido em campo para a pesquisa de mestrado. As referências bibliográficas e o emprego de uma escrita com base em uma etnografia da experiência também são incorporados no campo de estudo. São problematizados contextos de chuvas e situações de desastres de diferentes épocas em Nova Friburgo, de modo a apresentar, além da construção dos riscos e de uma territorialização propícia a desastres, a constituição estatal e das relações políticas – envolvendo agentes públicos, mídia e moradores - atreladas também aos fenômenos periódicos de chuvas e aos seus acionamentos simbólicos. A partir da construção dos desastres de 1979 e 2011 (em especial, este último) e dos usos e sentidos de categorias em torno destes eventos críticos, a pesquisa pretende apresentá-los além de oportunidades, enquanto artefatos políticos, no sentido de produzirem novos atores e relações simbólicas, econômicas e políticas, projetando as relações de força existentes. A constituição de problemas públicos em torno dos desastres e a entrada dos atores em arenas públicas garante elementos para a análise desses usos e sentidos acionados em momentos de crise e de conflitos. Por fim, a pesquisa procura analisar, a partir dessas exposições e desses acionamentos de chuvas e desastres, a retomada de vida e engajamentos de moradores, em contraste com políticas rituais oficiais em contextos de catástrofes na cidade, operadas pelos chamados governos das chuvas.