Manifestações orais e polimorfismos nos genes de reparo do DNA XRCC1 e XTCC3 de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico no Estado do Mato Grosso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Cristhiane Almeida Leite da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10720
Resumo: O Lupus Eritematoso sistêmico LES é uma doença autoimune, complexa e de origem multifatorial. Embora a etiologia permaneça desconhecida, estudos reforçam a importância dos fatores genéticos. Acomete múltiplos órgãos e sistemas, sendo as manifestações orais importantes por constituírem um dos critérios de diagnóstico, além de indicador de atividade da doença. Por serem ainda dois assuntos controversos, este estudo visa: Caracterizar as lesões orais da população estudada bem como verificar a associação do lupus eritematoso oral(LEO) e lesões associadas com a atividade da doença; Demonstrar que a presença de polimorfismos nos genes de reparo de DNA XRCC1 e XRCC3 estão associadas ao LES. Para avaliar a relação do LEO e lesões associadas com a atividade da doença foi realizado um estudo descritivo prospectivo de coorte. Para o estudo dos polimorfismos genéticos foi realizado um estudo observacional analítico de caso-controle. A população do estudo foi composta por pacientes com diagnóstico de LES, seguindo critérios de inclusão/exclusão pré-estabelecidos, que seguiram o protocolo de atendimento. Foram incluídos 90 pacientes, 89 (97%) do sexo feminino, idade média de 40 anos, cor de pele mais frequente parda em 41 casos (46%). Manifestações orais foram encontradas em 62 (69%) dos participantes. Dos 90 pacientes, 40eram oriundos do Hospital Geral Universitário (HGU-UNIC) e foram acompanhados pelo estudo de coorte completando os três acompanhamentos. Destes, 93% apresentaram alguma manifestação oral durante o estudo. O LEO foi observado em 8 (20%) dos pacientes. A relação do LEO e atividade da doença, revelou que as lesões ulceradas foram observadas somente nos pacientes em atividade alta (80%) e muito alta (20%); lesões eritematosas, identificadas em pacientes em decrescentes níveis de atividade: alta (62,5%), moderada (25%) e leve (12,5%); lesões discoides, predominantemente em pacientes com atividade leve (60%). A candidíase oral observada em 37,5% dos pacientes demonstrou associação apenas com a cilindrúria (p=0,049). A hipossalivação (72,5%) demonstrou associação com o eritema malar (p=0,048), distúrbios neuropsiquiátricos (p=0,045) e a febre (p=0,049). Em relação ao estudo genético molecular, comparando-se as frequências alélicas e genotípicas dos grupos de pacientes com os controles para os polimorfismos XRCC1Arg399Gln e XRCC3Thr241Met, não houve diferença estatístico em relação as frequências genotípicas e variáveis clínicas e laboratoriais. No entanto, a frequência dos alelos Gln para o polimorfismo XRCC1Arg399Gln (p=0,023) e do alelo Met para o polimorfismo XRCC3Thr241Met (p=0,0039) foi significantemente menor nos pacientes do que nos controles o que sugere um efeito protetor destes alelos em relação a doença. Conclusão: A análise descritiva dos dados revelou que as lesões ulceradas são observadas em pacientes com atividade alta e muito alta; as lesões eritematosas com maior frequência em pacientes com atividade alta; e as lesões discoides, predominantemente em pacientes com atividade leve (60%). A Candidíase oral não demonstra associação estatística com a atividade da doença. O eritema malar (p=0,048), distúrbios neuropsiquiátricos (p=0,045) e febre (p=0,049), aumenta o risco de desenvolver a hipossalivação. Não há diferença estatisticamente significante nas frequências genotípicas para o polimorfismo XRCC1 Arg 399Gln e XRCC3 códon 241 quando comparados casos e controles, no entanto, os alelos Gln do polimorfismo XRCC1 Arg 399Gln (p=0,023) e Met do polimorfismo XRCC3 Thr241Met (p=0,039) são significantemente menores nos pacientes do que nos controles, o que sugere um efeito protetor destes alelos na susceptibilidade ao LES