Navegar o ruído: arquivo e banzo nos fonogramas de Maracatu-Canção (1929-1959)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fonseca, Luiz Claudio Ribeiro Sales
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33188
Resumo: O presente trabalho busca apresentar e discutir a integração do maracatu à indústria do disco no início do século XX. A partir do mapeamento de cerca de 60 fonogramas, lançados entre os anos de 1929 e 1959, em discos 78 RPM mono, aponta-se para a criação de um “maracatu estilizado” ou “maracatu canção”, gênero que é deslocado inicialmente para o conglomerado fonográfico do Rio de Janeiro. Além disso, em meio a uma intensa ebulição cultural, o novo estilo é refratado por outras expressões musicais, como o samba, a música caipira e mesmo o fado português. No horizonte investigativo, pretendo pensar o ruído (Katz, 2004; Hainge, 2013; Kromhout, 2021) como uma metáfora dos enlaces e desenlaces causados por esses trânsitos musicais, subdividindo-se em quatro eixos: (1) as problemáticas em torno das nomenclaturas musicais; (2) as experimentações e hibridizações sonoras, nas quais o estúdio se torna parte do arranjo fixado no disco; e (3) os deslocamentos geográficos desses fonogramas, que são utilizados em territórios e fronteiras distintas; e (4) a transformação do arquivo analógico 78 RPM em um documento digital. Por fim, procuro entender como o banzo, o estado depressivo dos povos escravizados, se tornou um ponto nodal nas narrativas dessas canções. Esses ideias são amalgamadas aqui por aquilo que chamo de sampler teórico, um agregador de sons e referências teórico-metodológicas.