Avaliação clínica e ultrassonográfica do trato gastrointestinal em cães braquicefálicos com e sem síndrome aerodigestiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Teixeira, Gabriel Nogueira Brugger
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27714
Resumo: A síndrome obstrutiva das vias aéreas superiores dos cães braquicefálicos ou síndrome braquicefálica é causada por alterações primárias do trato respiratório anterior de cães braquicefálicos, principalmente nas raças como Buldogue Francês e Pug. Por possuírem o crânio mais curto e largo essas raças acabam tendo uma compressão da cavidade nasal que leva a diminuição da passagem do ar por essas vias. Em alguns animais, a dificuldade da passagem do ar somada ao esforço inspiratório gera distúrbios na deglutição, engasgos, regurgitação, vômitos, eructação, ptialismo e alterações do apetite. A deglutição de grande quantidade de ar pode distender o trato gastrointestinal de forma crônica gerando alterações principalmente no esôfago, estômago e duodeno. As alterações respiratórias e digestivas se retroalimentam, gerando um ciclo de autoperpetuação com potencial de agravar o quadro clínico dos animais. O objetivo do presente estudo foi analisar por meio do exame ultrassonográfico o segmento gastroduodenal de cães braquicefálicos das raças Buldogue Francês e Pug, com e sem manifestação clínica respiratória e gastrointestinal. Não obstante, investigou-se se os sinais gastrointestinais observados em cães braquicefálicos causariam alterações na arquitetura e espessura da parede detectáveis no exame ultrassonográfico, e qual seria a contribuição desta técnica de imagem neste contexto. Para tanto foi realizado um estudo prospectivo observacional com cães atendidos no HUVET-UFF (Hospital Universitário Veterinário da Universidade Federal Fluminense). Ao todo 55 cães foram incluídos no estudo sendo 38 da raça Buldogue Frances e 17 Pugs. Os animais foram divididos em três grupos: (I) cães com sinais clínicos respiratórios e gastrointestinais, (II) cães com doença respiratória sem sinais gastrointestinais e (III) cães sem sinais clínicos respiratórios e gastrointestinais. Os resultados demonstraram que não houve alteração na arquitetura parietal das paredes e que não foi encontrada diferença estatística significativa na espessura da parede gástrica e duodenal, entre os grupos estudados (P>0,05). No grupo I, obteve-se espessura média de 0,43cm (corpo gástrico); 0,40 cm (fundo gástrico); 0,44cm (antro) e 0,46cm no duodeno. No grupo II 0,43cm no corpo; 0,44cm (fundo); 0,44cm (antro) e 0,46cm (duodeno). No grupo III, as espessuras tiveram média de 0,47cm (corpo gástrico); 0,44cm (fundo); 0,48cm (antro) e 0,48cm no duodeno. Com os resultados obtidos concluímos que os valores de referência utilizados atualmente podem superestimar o espessamento da parede gástrica e duodenal nestas raças. Ao analisarmos o trato gastrointestinal por meio do exame ultrassonográfico não observamos alterações significativas, entre os grupos com e sem manifestações clínicas, com relação a espessura e arquitetura da parede. Fatores como raça, peso, sexo e idade não contribuíram para alterações nos parâmetros ultrassonográficos avaliados entre os grupos estudados. Concluiu-se que a síndrome aerodigestiva não causou alterações na arquitetura ou espessura da parede gastroduodenal detectáveis por meio do exame ultrassonográfico.