Narrativas lésbicas: vivências e sobrevivências constituintes de si

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Vanessa Lima Blaudt
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/23918
Resumo: Nesta tese de doutorado, o objetivo principal foi o de interrogar, por meio de narrativas (auto)biográficas, as experiências e os acontecimentos que permearam a vida de jovens lésbicas e bissexuais, discentes da rede pública de ensino do estado do Rio de Janeiro, constituindo suas subjetividades, e quais sentidos conferem ao vivido. Como referencial teórico, priorizei os estudos feministas em seus matizes decolonial, lésbica e materialista. A convergência dessas vozes permitiu-me indagar: a ideia de natureza; a imbricação ou a consubstancialidade e coextensividade das relações sociais de sexo (incluída a sexualidade), raça e classe; a heterossexualidade como instituição; e as desigualdades sociais e opressões materiais infiltradas na vida de mulheres residentes no Sul global, em especial no Brasil, sob olhares atenciosos do capitalismo. Invisto, assim, em uma leitura mais situada e geopolítica, porque vigilante das abundantes diferenças produzidas por sistemas opressores. No caminho metodológico, a pesquisa narrativa (auto)biográfica foi eleita como fonte e método de pesquisa qualitativa em Educação, constituindo-se em uma fonte (re)produtora de conhecimento e visibilidades. As narrativas (auto)biográficas de estudantes lésbicas e bissexuais foram produzidas por meio da entrevista de pesquisa biográfica, materializada em processos de comunicação on-line, em especial, no aplicativo WhatsApp. Como resultado, verifiquei que os meus diálogos com Sofia, Ana, Géssica, Amanda e Alessandra oportunizaram-me alcançar três pontos principais, que predominaram nas falas das jovens: o poderio da instituição heterossexual e suas teias de atuação imersas nas relações sociais de sexo; o fundamentalismo religioso: um instrumento para a mantença das relações sociais opressoras; e, por fim, a violência contra a mulher no cruzamento das relações sociais de sexo, classe e raça. Portanto, enfatizo a importância de lançarmos olhares mais atenciosos sobre a multiplicidade de relações sociais opressoras – de sexo (incluída a sexualidade ou a heterossexualidade), raça e classe – engendradas, de modo sistemático e constante, contra as mulheres.