Quel français pour les Amériques?: normas e políticas linguísticas para a língua francesa no continente americano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Rioult, Nina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37532
Resumo: A presente tese trata da norma e das políticas linguísticas para a língua francesa em contexto americano, tomando como ponto de partida duas inflexões nas políticas linguísticas do Quebec. Primeiro, consideramos o desenvolvimento, a partir dos anos 1970, de um francês-padrão “do Quebec”, frequentemente contraposto ao francês-padrão “da França”, um fenômeno que já foi objeto de vários estudos (MARTEL; CAJOLET-LAGANIÈRE, 1996; PÖLL, 2005). Em seguida, interessamo-nos pelo lançamento de uma política quebequense de divulgação internacional da língua francesa, concretizada pela criação do Centro da Francofonia das Américas em 2008. Essa política de divulgação, que é mais recente e visa promover o francês na América, do Norte ao Sul, evidencia a ambição quebequense de promover a francofonia no cenário internacional (HELLER, 1999, 2011). No entanto, ela foi pouco estudada. Assim, perguntamo-nos se essa política de divulgação estava acompanhada por uma afirmação da norma-padrão do Quebec no continente americano. Dessa forma, este estudo examina a relação entre políticas de divulgação linguística e dinâmicas normativas (LAGARES, 2018; DEL VALLE, 2014, 2011). Para investigar essa questão, foi adotada uma concepção da norma e das políticas linguísticas em três eixos – a gestão, as práticas e as crenças – inspirada no modelo de Spolsky (2004). Isso nos levou a adotar uma metodologia de pesquisa mista em três partes. Primeiro, investigamos a gestão, analisando os discursos institucionais do governo do Quebec que almejam a divulgação da língua francesa no continente americano. Para tal, constituímos um corpus de 30 documentos de diversos gêneros: projeto de lei, folhetos, relatórios, planos de ação, transcrição de debates, páginas web. Segundo, observamos as práticas, com um enfoque nas práticas linguísticas em um contexto institucional. Nesse sentido, analisamos a pronúncia de apresentadores de vídeos institucionais e promocionais sobre a francofonia e o Quebec, a partir de um corpus de 34 vídeos. Terceiro, examinamos as crenças e restringimos o foco no contexto brasileiro, no qual conduzimos questionários e entrevistas com 20 participantes brasileiros, aprendentes e professores de francês, a fim de registrar as crenças sobre o francês do Quebec e a norma na língua francesa. A partir de cada um desses procedimentos, buscamos entender qual espaço era dado à norma-padrão do Quebec. Chegamos à conclusão de que a nova política quebequense de divulgação da língua francesa está parcialmente acompanhada por uma afirmação da norma-padrão quebequense no continente americano. Observamos que, embora o objetivo da nova gestão não fosse explicitamente divulgar o francês quebequense, mas o francês de forma geral, a norma quebequense está efetivamente empregada nos vídeos destinados a um público internacional, o que lhe garante uma certa visibilidade internacional. No entanto, para parte desse público – notadamente, brasileiro – o francês quebequense, mesmo que não seja sempre rejeitado, não é visto como norma e atrai menos que o “francês da França”.