Figurações do outro: a outridade em O trabalho sujo dos outros, de Ana Paula maia e Ladrilleros, de Selva Almada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Amanda Vieira dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21978
Resumo: Em periferias e submundos, ou seja, regiões onde o Estado está de todo ausente ou aparece de maneira esporádica e parcial, surgem as narrativas de Ana Paula Maia, O trabalho sujo dos outros e Selva Almada, Ladrilleros. Os enredos que giram em torno de ambientes construídos sob o “ar rarefeito” que a pobreza e o abandono social provocam, trazem como protagonistas sujeitos que cumprem funções enquanto trabalhadores braçais, e através dessas funções lidam com rejeitos e materiais primários diariamente, a fim de sustentar uma mínima economia doméstica. Expostos às mais diversas violências, esses sujeitos que vivem à margem criam linhas de afetos que acabam, em diferentes níveis, atravessadas por essas violências. E nesse sentido, tal problemática pode, ainda, ser lida como resultado dos mecanismos da necropolítica que operam nesses ambientes, e que, ao recorrerem às práticas racistas do modelo colonial, recriam o “outro”, ou seja, um sujeito não reconhecido como igual socialmente e que, por essa razão, não é assistido por quaisquer direitos que lhe garantam a vida. Ao contrário, são figuras exploradas e alienadas em prol da manutenção de uma estrutura social profundamente hierarquizada, bem como dos privilégios daqueles que por ela são beneficiados