Composição da matéria orgânica no gradiente estuarino da Baía de Sepetiba/RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Thomazelli, Fernanda Freyesleben
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8532
Resumo: Este estudo foi realizado na Baía de Sepetiba, um complexo sistema estuarino de grande importância sócio-econômica e ambiental do Estado do Rio de Janeiro. O principal objetivo deste estudo foi determinar a composição da matéria orgânica em um gradiente estuarino, abrangendo o compartimento fluvial composto pelo Rio e Canal do Guandu, Rio da Guarda e Canal do São Francisco; um gradiente salino no Canal do São Francisco, caracterizando a zona de mistura; e o compartimento estuarino representado pela Baía de Sepetiba. A abordagem utilizada objetivou determinar as principais fontes e processos atuantes na Baía de Sepetiba. A composição da matéria orgânica foi caracterizada através de marcadores elementares (C/N), isotópicos (d13C e d15N) e moleculares (lignina, esteróis e hidrocarbonetos) em amostras de sedimento e de material particulado em suspensão, sendo que neste último compartimento só foi possível a análise da composição elementar e isotópica da matéria orgânica. Os metais traços também foram determinados a fim de verificar sua correlação com a matéria orgânica ou com os processos existentes na Baía de Sepetiba. Maiores valores da razão C/N e menores de d13C indicaram que no compartimento fluvial predomina matéria orgânica terrígena proveniente de restos de plantas superiores. No gradiente salino foi verificada mistura de fontes terrestres e marinhas e, na Baía de Sepetiba foi observado um forte predomínio de bactéria e fitoplâncton, evidenciados pelos dados de cl-a e pelas maiores concentrações de esteróis (b-sit., colestanol e colestanona). Os hidrocarbonetos apresentaram concentrações elevadas na área de estudo, com valores totais oscilando entre 16 e 488 μg.g-1, registrados apenas para ambientes costeiros com alta atividade antrópica. Estas elevadas concentrações, associadas à distribuição dos n-alcanos e a presença da mistura complexa não resolvida, indicam uma intensa introdução de hidrocarbonetos petrogênicos. O coprostanol, um esterol fecal associado ao lançamento de esgoto doméstico não tratado, foi detectado em 81 % das estações, apresentando concentrações entre níveis não detectáveis à 4,0 μg.g-1, sendo os maiores valores registrados no Rio e no Canal do Guandu e após sua foz, já na Baía de Sepetiba. Os fenóis de lignina apresentaram baixas concentrações na área de estudo, com valores entre 0,05 e 0,72 mg.100 mg-1 e predomínio do grupo siringil, indicando que a Baía de Sepetiba não é um sistema deposicional e que o transporte pela bacia de drenagem não é significativo. A análise de componentes principais (ACP) apresentou 30,1% da variabilidade explicada no eixo 1, o qual agrupou as amostras dos rios caracterizadas como fonte terrígena alóctone. Por outro lado, as amostras do estuário foram caracterizadas por processos autóctones de produção e degradação da matéria orgânica. Inversamente, a ACP ao considerar o eixo 2, teve 51% da variabilidade total explicada, sugerindo que as amostras localizadas na zona de mistura foram influenciadas pelo processo de dragagem do Canal do São Francisco e a entrada de efluente industrial.