Composição da matéria orgânica particulada e dissolvida no gradiente salino dos estuários do Rio Paraíba do Sul e da Baía de Sepetiba, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Guerra, Leandro Viana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6897
Resumo: caracterização do material orgânico que chega aos estuários é de fundamental importância para a elucidação dos processos de transporte e decomposição que ocorrem nestes ambientes. O estudo teve como objetivo caracterizar as diferentes frações da matéria orgânica presentes no gradiente salino de estuários sob distintas condições hidrodinâmicas e relacioná-las com as fontes e processos geoquímicos na interface continente-oceano. Em período de chuva e estiagem, os estuários do Rio Paraíba do Sul (RPS) e Baía de Sepetiba (BS)foram amostrados considerando ciclo de marée gradiente salino, respectivamente. A físicoquímica, material particulado em suspensão (MPS) e clorofila aevidenciaram a ausência da influência da cunha salina no ciclo de maré em chuva no RPS, oposto ao encontrado em estiagem. Em BS houve um gradiente espacial crescente de salinidade do Canal de São Francisco para a região central da baía, com salinidade 32. A razão C/N apresentou baixos valores na fração do MPS (>0,7μm), com variação entre 1,1 e6,1 nos dois estuários. No material em suspensão >20 e >64μm a variação foi de 4,4 a 18,6. Esse parâmetro apresentou boa correlação significativa negativa com o δ13C (-0,80 no particulado e -0,82 em >20 e >64μm; p<0,05). O δ13C apresentou comportamento semelhante entre as frações nos dois estuários, com valores mais leves em menores salinidades marcando plantas terrestres C3(mínimo de -25,5‰) e tendendo a mais pesados em direção às massas d’água mais salinas, marcando fitoplâncton (máximo de -17,1‰). Diferentemente, o δ15N não apresentou tendência com o gradiente salino, exibindo fracionamento isotópico entre >0,7μm (0,7 a 6,2‰) e >20 e >64μm (5,2 a 18,8‰). A variedade de esteróis aponta para múltiplas fontes. A fração >0,7μm apresentou somatório de esteróis (média de 14,85 e 30,51μg.L-1 em RPS e BS, respectivamente) duas ordens de grandeza acima do encontrado para a fração dissolvida (média de 135,2 e 174,0ng.L-1 em RPS e BS, respectivamente).Em RPS, as demais frações apresentaram valores médios semelhantes entre elas (>20μm: 34,4μg.g-1 e >64μm: 35,9μg.g-1), diferindo em BS, com média de 47,3μg.g-1(>20μm) e 134,6μg.g-1 (>64μm). A proporção relativa entre esteróis evidenciou as fontes terrígenas e esgoto doméstico, respectivamente pela maior importância do β-sitosterol e coprostanol em menores salinidades. As fontes e processos estuarinosforam destacados pelo colesterol e campesterol em maiores salinidades. Colestanol e colestanona, principalmente em BS na estiagem (particulado e dissolvido), sugerem intensa atividade metabólica bacteriana atuando sobre a matéria orgânica.Houve uma distribuição bimodal de n-alcanos nos dois estuários, indicando mistura de fontes. Entre os n-alcanos de cadeia curta (n-C10 – n-C20) predominaram os pares, com destaque para o n-C10 en-C16 a n-C20. Entre os de cadeia longa (n-C21 – n-C40), não houve predominância entre pares/ímpares, com maior destaque do n-C27 ao n-C33. No estuário exportador do RPS, ocorre predomínio de fontes terrígenas em elevada precipitação, neutralizando a influência da maré, porém com maior atuação de processos estuarinos em estiagem. No estuário retentor da BS, ocorre um gradiente salino com influência continental restrita a região ribeirinha e predomínio de compostos e processos autóctones nas outras áreas da baía.